Passos: «Não é agora que este Governo vai vacilar» - TVI

Passos: «Não é agora que este Governo vai vacilar»

Primeiro-ministro reage à moção de censura anunciada pelo PS

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«Não é agora que este Governo vai vacilar». Foi assim que o primeiro-ministro reagiu à proposta de moção de censura do PS.

«Temos conseguido sempre recusar extremismos e demagogia. Sabemos que há riscos externos importantes aos quais estamos vulneráveis» e que há «dificuldades internas», mas, apesar disso, «resultados», disse Pedro Passos Coelho no debate quinzenal desta quinta-feira.

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«Aqueles que pensam que este governo desiste à primeira dificuldade ou que fica acabrunhado pelos resultados difíceis das medidas que implementou podem-se desenganar porque este Governo tem caráter».

Mais: «Não considero um partido responsável aquele que no mais fundo elementar interesse nacional apresenta uma moção de censura para derrubar o Governo contra estes resultados apresentados».

O chefe de Governo lembrou que «Portugal não tem autonomia orçamental». «Repito, não tem autonomia orçamental». E, dirigindo-se diretamente a Seguro, disse que ele «tem toda a liberdade para censurar este Governo e defender uma alternativa».

No entanto, «a sua só tem nome não tem substância». «E enquanto não tiver pode apresentar muitas moções de censura. Não o dignifica, apenas o responsabiliza».

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Seguro respondeu: «Está enganado. Os nossos credores sabem com muita clareza que o PS, se governasse Portugal, cumpriria os compromissos externos». Esta declaração desencadeou gargalhadas da bancada social-democrata.

«Não meta medo aos portugueses, não crie fantasmas com o que não existe. O que nos separa é o caminho para lá chegar e sempre nos separou. O primeiro-ministro vem falar e dizer que PS não tem alternativa. Aqui está exemplo do seu estado de negação: promovemos neste parlamento há cerca de um mês um debate de urgência onde apresentámos cinco propostas».

E, continuou, «o senhor PM veio falar em autoridade e credibilidade. Não tem. Perdeu-a. Vou apenas recordar-lhe um facto: no documento de estratégia orçamental sabe qual era a previsão que fazia para crescimento da economia para este ano? +0,6% . Em menos de um ano fez três revisões e tem de reconhecer que neste momento a previsão é de -2,3%. Como quer que acredite na sua palavra?».

Passos acusou Seguro de apresentar medidas, mas não uma estratégia. Deu o exemplo do banco de desenvolvimento , «uma medida que o Governo tem defendido no âmbito de uma estratégia». E, em relação a subida das pensões, desafiou o líder do PS: «Diga como é que vai buscar dinheiro».

O chefe de Governo disse, ainda, que «o país já percebeu que o senhor tem pressa de chegar ao governo», mas sublinhou que «a economia não cresce por milagre».

Sobre o falhanço das previsões apontado por Seguro, «não queria tapar o sol com a peneira. Fazemos ajustamentos das previsões como todas as instituições, como a Comissão Europeia que fez para todos os países. Os nossos credores estão de acordo que estamos a corrigir os desequilíbrios que foram acumulados».

O primeiro-ministro admitiu que «não será difícil reconhecer que haja decisões que não sejam as mais adequadas», mas não se quis dizer, apesar da deputada d'Os Verdes Heloísa Apolónia ter perguntado, em que é que falhou em concreto. «Não vou fazer exercícios introspetivos no Parlamento».
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