Passos Coelho diz que continua a ver Sá Carneiro como «grande referência»

O presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, afirma que Francisco Sá Carneiro continua a ser a sua «grande referência de um político ao serviço de Portugal» e que, hoje em dia, os sociais-democratas seguem a sua atitude reformista.

No prefácio que escreveu para a reedição do livro «Sá Carneiro ¿ Biografia Política», de Nuno Manalvo, Passos Coelho considera que, perante a «crise estrutural» que Portugal enfrenta, o PSD mostra-se inconformado com o situacionismo, como foi o seu fundador e antigo presidente, em nome de um modelo de desenvolvimento mais consistente e sério para o país».

«Não sendo original, foi pelo exemplo de Sá Carneiro que, em 1978, me envolvi na vida política activa. Foi pelo seu inconformismo, pela nobreza do seu carácter, pela determinação da sua acção, que decidi integrar o partido, então pela JSD. A figura irradiante de Sá Carneiro também a mim me contagiou», conta Passos Coelho.

«Continua a ser a minha grande referência de um político ao serviço de Portugal», acrescenta.

O presidente do PSD refere-se a Sá Carneiro como o «pai fundador do regime», que «criou o partido que melhor defendia o conceito da social-democracia europeia», quando «outros tentaram modelos menos democráticos», e que «seguia em frente», determinado, «quando muitos hesitavam».

Segundo Passos Coelho, «a solidez dos seus valores, a coerência da sua acção política, a sua postura inabalável perante o rumo traçado, a sua envergadura democrática» são «unanimemente reconhecidos» e contribuíram «decisivamente para o nascimento do regime» que vigora em Portugal.

«A sua atitude reformista, a sua recusa em dissociar liberdade e responsabilidade são traços em que ainda hoje me revejo. Num período de grandes dificuldades como aquele que o nosso país enfrenta, conduzidos que fomos por sucessivos erros a uma profunda crise estrutural, o partido de Sá Carneiro, pleno de identidade, não tem hesitações», afirma, depois.