Almeida Santos lamenta polémica com os capitães de abril - TVI

Almeida Santos lamenta polémica com os capitães de abril

Almeida Santos

O antigo presidente da AR lamentou que «infelizmente a polémica já aconteceu» e manifestou desagrado pela forma como a questão foi tratada

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Almeida Santos lamentou que os capitães de Abril fiquem de fora das comemorações oficiais dos 40 anos do 25 de Abril de 74 na Assembleia da República (AR), onde assistirá às cerimónias.

O antigo presidente da AR (1995-2002) acrescentou que «infelizmente a polémica já aconteceu», manifestando desagrado pela forma como a questão foi tratada.

O presidente honorário do Partido Socialista destacou, ainda à margem da sessão «O fim do Império e a descolonização», no âmbito do congresso internacional «A Revolução de Abril. Portugal 1974-75», a decorrer em Lisboa, a necessidade de reforçar o poder político, «completamente dominado» pelo poder económico.

Na intervenção, no âmbito do congresso desta terça-feira, Almeida Santos destacou o papel heróico dos Capitães de Abril, «pela coragem, pelo equilíbrio e pela sensatez com os quais foram capazes de exercerem temporariamente o poder político, sem dele se apoderarem. Heróis que foram capazes, após o período revolucionário, de assumir a modéstia do dever cumprido».

O Alto Comissário da ONU para os Refugiados e antigo primeiro-ministro português (1995-2002), António Guterres, afirmou que «atualmente não seria possível mobilizar uma intervenção da comunidade internacional» como a que aconteceu em setembro de 1999.

«Na altura vivíamos num mundo em que as relações de poder eram claras. Hoje vivemos num mundo em que as relações de poder não são claras e hoje, estou inteiramente convencido, se o mesmo acontecesse não teria sido possível mobilizar uma intervenção da comunidade internacional», como a que salvou a população de Timor-Leste do genocídio.

Num vídeo enviado ao congresso, Guterres lembrou o processo que levou à independência de Timor-Leste e posteriormente à intervenção internacional para evitar o genocídio, após o referendo de agosto de 1999, organizado pela ONU.

«Garantir o caminho de Timor-Leste para a independência foi a conclusão do ciclo colonial de Portugal», disse.

O brigadeiro Pedro Pezarat Correia, autor de vários estudos sobre a descolonização, e Vasco Vieira de Almeida, antigo ministro do primeiro governo provisório (maio a julho de 1974), destacaram a importância da descolonização para a liberdade em Portugal.

«Sem o 25 de Abril, Portugal teria falhado o encontro com a descolonização. Sem a descolonização, Portugal teria falhado o encontro com a liberdade», declarou Pezarat Correia.

«A participação de Portugal na descolonização de África foi aquela que devia ter sido», com o reconhecimento do direito à independência dos povos, transferência de soberania para os movimentos independentistas, protagonistas da descolonização, e assegurar uma cooperação futura, disse.
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