OE 2009: as críticas de Manuela Ferreira Leite - TVI

OE 2009: as críticas de Manuela Ferreira Leite

Ferreira Leite no XXXI Congresso do PSD, em Guimarães

Crise financeira não justifica «fraquíssimo crescimento da economia», diz Ferreira Leite

Notícia actualizada às 17h20

A líder social-democrata, Manuela Ferreira Leite, considera que a crise financeira não justifica o «fraquíssimo crescimento da economia», disse à TSF.

Segundo a rádio, que a interceptou no aeroporto da Portela, de partida para Bruxelas, a líder do PSD reservou uma posição definitiva para mais tarde, já que disse ter várias críticas para fazer.

«Vejo com muita preocupação que a taxa de crescimento prevista no Orçamento seja tão baixa», adiantou a líder do PSD, considerando que «este fraco crescimento não está relacionado com a crise financeira», disse.

«Este ponto é essencial. A crise financeira não é justificação do actual fraquíssimo crescimento da economia portuguesa, é resultado de uma política económica errada», acrescentou a social-democrata.

Sobre a proposta do Executivo que propõe um aumento salarial para a Função Pública de 2,9 por cento, Ferreira Leite considera: «Se ele corresponde a alguma folga efectiva e portanto é natural que se compensem os funcionários públicos» ou se pelo contrário não corresponde a esta situação e se «está indirectamente a prejudicar» estes trabalhadores.

E as críticas de Paulo Rangel

«Achamos que o apoio à dar às pequenas e médias empresas (PME) não é suficiente, não vai para lá daquilo que estava previsto, nalguns casos até vai haver situações de algum não apoio», afirmou.

O líder parlamentar do PSD criticou também a proposta de orçamento para 2009 por «não utilizar a folga do défice para o que deve ser».

«A margem que o Governo encontrou, a diferença de 1,5 para os 2,2 por cento de défice, deveria ser usada em medidas de emergência social, por um lado, mas essencialmente no apoio à economia real. Vai ser usada em investimentos de larga escala e isso nós criticamos claramente», disse.

Sobre os «mega investimentos», Paulo Rangel referiu que «muitas vezes implicam um gasto para o Estado mais tarde, de duas formas: com obras que se iniciam agora e implicam mais despesa noutros anos e com as garantias assumidas pelo Estado, que poderá vir a ter de executar se os privados falharem», o que designou de «um orçamento sombra ligado aos grandes projectos».

Interrogado sobre a actualização salarial de 2,9 por cento para a Administração Pública, o líder parlamentar do PSD observou: «Nem sabemos bem como devemos ler isso porque o Governo tem sistematicamente errado nas suas previsões, tem feito sempre actualizações salariais que têm em conta uma inflação que depois nunca se verifica, é sempre muito superior».
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