Passos Coelho acusa Sócrates de chantagem - TVI

Passos Coelho acusa Sócrates de chantagem

Líder do PSD diz que ajudará «o Governo a tomar decisões difíceis se elas forem necessárias», mas recusa viabilizar mais aumentos de impostos

O presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, acusou o Governo de querer «ir ao bolso dos portugueses» cortando nas deduções fiscais e recusou ser «muleta do PS ou de qualquer orçamento».

No encerramento da Universidade de Verão dos sociais democratas, em Castelo de Vide, Passos Coelho exigiu que o Governo, «antes de apresentar o Orçamento do Estado, apresente uma avaliação das medidas que foram decididas com o PSD para contenção da despesa pública».

«Nós não estamos com pressa para chegar ao Governo, mas não estamos distraídos», afirmou. «Ajudaremos o Governo a tomar decisões difíceis se elas forem necessárias e justas, mas não daremos o nosso voto ou consentimento para que os portugueses sejam convocados a fazer mais sacrifícios do que os que são necessários».

Na sua intervenção, Passos Coelho reiterou que «o PSD colocou duas condições mínimas para viabilizar o Orçamento do Estado» para 2011: «o Governo fixar objectivos mais ambiciosos para cortar na despesa» e não ir «ao bolso dos portugueses mais vez nenhuma».

«Querer fazer do PSD a muleta do PS e de qualquer orçamento que este partido apresente apenas porque o Presidente da República não pode convocar novas eleições nos termos da Constituição e porque o PS e o Governo não estão na disponibilidade de emagrecer as contas públicas como deviam é uma perversão do sistema democrático», considerou, depois.

«E não percebo, devo dizer, como é que tantos analistas que têm sempre uma visão tão ampla destas responsabilidades não denunciam esta falsidade democrática em que estamos a cair, que é um Governo que perdeu a maioria absoluta, por nenhuma outra responsabilidade que não a sua própria e pela vontade dos portugueses, fazer chantagem com os partidos da oposição para que lhes deixem fazer aquilo que os portugueses não quiseram que eles continuassem a fazer quando decidiram nas últimas eleições», acrescentou.

Segundo Passos Coelho, invocando a «justiça social», o que o Governo pretende ao cortar nas deduções fiscais é reduzir o défice sem «fazer o seu trabalho de casa» de diminuir a despesa, decidindo que «os portugueses pagam de qualquer maneira».

«E se não pagarem de qualquer maneira, é porque há um partido da oposição irresponsável que não nos deixa ir ao bolso dos portugueses. É esta a situação que estamos a viver», completou o presidente do PSD, recebendo palmas.
Continue a ler esta notícia

Mais Vistos