Sócrates ainda não respondeu sobre telefonema a director de jornal

O líder parlamentar do PSD, Paulo Rangel, considerou esta quarta-feira que o primeiro-ministro não esclareceu ainda se telefonou ou não ao director do «Diário Económico» para desmentir uma notícia sobre a lei do financiamento dos partidos, escreve a Lusa.

«Eu continuo a aguardar uma resposta do primeiro-ministro», disse Paulo Rangel, em conferência de imprensa, no Parlamento, após ser questionado pelos jornalistas sobre o assunto.

Na terça-feira Paulo Rangel exigiu um esclarecimento do primeiro-ministro sobre o alegado telefonema ao director do «Diário Económico», defendendo que, a confirmar-se, foi «uma tentativa de condicionamento inadmissível».

Em Salvador, no Brasil, José Sócrates comentou o esclarecimento exigido por Paulo Rangel dizendo que «isso é completamente ridículo». «Eu não estou satisfeito porque isso não é resposta, isso é uma adjectivação», reagiu o líder parlamentar do PSD.

Paulo Rangel referiu que «a dra. Clara Ferreira Alves disse num programa de televisão que depois de fazer uma crítica ao primeiro-ministro recebeu um telefonema pessoal do primeiro-ministro, com o qual nunca tinha falado».

«O que eu continuo a perguntar é o seguinte: Consideram os portugueses, consideram os senhores jornalistas, considera a nossa opinião pública em geral que é normal que quando haja uma notícia desagradável para o Governo o primeiro-ministro em pessoa telefone a directores de jornais? Acham que é próprio de uma democracia?», perguntou.

«Eu por mim não acho normal», acrescentou, argumentando que «o lugar de primeiro-ministro é um lugar muito especial, tem capacidades de condicionamento que outros não têm e a própria dimensão do cargo exige um cuidado institucional que outro lugar não exige».

O gabinete do primeiro-ministro confirmou terça-feira ao «Público» que José Sócrates telefonou na passada semana ao director do «Diário Económico» para «esclarecer» a notícia que dava conta da alteração da lei do financiamento dos partidos, mas considerando ser falso que o primeiro-ministro tenha telefonado a desmentir a notícia.