Loures: problemas económicos e sociais - TVI

Loures: problemas económicos e sociais

Manifestação do PCP (foto ANTONIO COTRIM/LUSA)

PCP considera que confrontos na Quinta da Fonte «só por si, não justificam» chamar ao Parlamento o ministro

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O secretário-geral do PCP considerou este sábado que os confrontos de sexta-feira na Quinta da Fonte, Loures, «só por si, não justificariam» chamar ao Parlamento o ministro da Administração Interna, Rui Pereira, como pediu o líder do CDS-PP.

«Os acontecimentos em Loures, só por si, não justificariam, mas é evidente que hoje, a situação de insegurança e de algum aumento de violência, têm a ver com os problemas económicos e sociais, de exclusões na sociedade Portuguesa, que se vão verificando, particularmente a nível de algumas zonas de Lisboa e do Porto», afirmou Jerónimo de Sousa.

O líder do PCP falou deste assunto aos jornalistas, à margem de uma festa popular realizada no parque de merendas de Tortosendo, Covilhã, onde marcaram presença cerca de 300 militantes do PCP do distrito de Castelo Branco.

«Sem inviabilizar a possibilidade de o ministro ir dar explicações ao Parlamento», Jerónimo de Sousa considerou que, em seu entender, seria necessário «não generalizar as situações» e que «se fizesse o enfoque apenas de um caso grave mas isolado».

Também admitiu que «enquanto existir agravamento da situação económica e social, enquanto não forem respondidas necessidades e reivindicações objectivas das forças de segurança, obviamente que teremos estes e outros casos que não ajudam à segurança que as pessoas têm de sentir».

«Não pactuamos com actos de violência»

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O secretário-geral do PCP também considerou que o PSD «está à espera que o PS caia de maduro para ser Governo» e admitiu que os dois partidos possam formar um Bloco Central «não formal», «com a bênção» do Presidente da República.

Jerónimo de Sousa, que discursava numa festa popular do PCP no parque de merendas do Tortosendo, na Covilhã, disse que, neste momento, não existe «diferença entre o PS e o PSD, pelo menos em relação à política realizada».

«O PSD discute se deve haver mais uns quilómetros de TGV, mais um aeroporto ou mais uma ponte, como se isso fosse uma questão de quilómetros, mas o PSD não pode dizer outra coisa, porque o PSD está de acordo com esta política que o PS realiza», afirmou.

«À espera que o PS caia de maduro»

O líder do PCP defende que o PSD liderado por Manuela Ferreira Leite «gostaria de realizar» a mesma política do PS «e está à espera que o PS continue esta política injusta, à espera que o PS caia de maduro, para ser Governo, para fazer, no fundo, a mesma coisa».

«Não descurando a possibilidade, se o Governo perder a maioria absoluta, se precisar de um aliado, lá está o PSD, formando um Bloco Central, não institucional, não formal, mas um Bloco Central para realizar a mesma política, com a bênção do Senhor Presidente da República», vaticinou.

Afirmou ainda que aos dois maiores partidos «apenas o poder os move, não os problemas concretos das pessoas», assumindo que no actual contexto político nacional, é importante «não baixar a bandeira» do PCP.
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