«Não me pronuncio sobre candidaturas, o que digo é que é cedo e nós não podemos sempre estar à procura de um pretexto para não olharmos para o presente imediato e não refletirmos sobre as suas exigências. E o presente imediato são as eleições para o parlamento», afirmou aos jornalistas Ramalho Eanes, depois de confrontado com a possível candidatura à Presidência da República de Carvalho da Silva.
À saída de um congresso promovido pela Associação 25 de Abril, em Lisboa, Ramalho Eanes reclamou que é indispensável que todos os partidos «digam de uma maneira competente e de uma maneira confiante o que pretendem para o país e como vão realizar aquilo que pretendem para o país».
«De tal maneira que a opção dos portugueses possa ser correta e criar até condições mais favoráveis para uma eleição presidencial que deve ser obviamente discutida porque é um cargo da maior importância.»
Para Ramalho Eanes, «é indiscutível que a situação portuguesa exige alterações profundas e é indiscutível também que essas alterações profundas têm que ser personificadas pelos partidos políticos e naturalmente e em primeiro lugar, pelos cidadãos e pelas organizações».
«Os cidadãos não se podem demitir da sua responsabilidade social, que é tudo fazer para que a sociedade se preserve e desenvolva. Devem fazê-lo através de partidos políticos, sindicatos, associações culturais, ordens [profissionais], de associações como a Associação 25 de Abril.».