Relvas: PCP diz que «morte do mensageiro» não é suficiente - TVI

Relvas: PCP diz que «morte do mensageiro» não é suficiente

João Oliveira [MANUEL DE ALMEIDA/LUSA]

Para o partido comunista, a demissão do adjunto do ministro reacende preocupações relativamente aos serviços secretos

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O PCP defendeu, nesta sexta-feira, que «a morte do mensageiro» não é suficiente, na sequência da demissão do adjunto do ministro Miguel Relvas, face à necessidade de novas explicações do Governo no caso das secretas.

Para o deputado João Oliveira, citado pela Lusa, a demissão de Adelino Cunha, hoje divulgada, «vem adensar as preocupações em relação ao funcionamento dos serviços secretos porque, por uma lado, confirma de facto uma promiscuidade entre os serviços de informações e o poder político e económico, em particular ligações ao PSD» e, por outro, «vem exigir novas clarificações».

O PCP quer, em concreto, uma «clarificação cabal em relação à ligação entre o ministro Miguel Relvas e Jorge Silva Carvalho», o ex-diretor do Serviço de Informações Estratégicas de Defesa (SIED).

«Quais são os contornos exatos dessa relação e quais são os fins a que essa relação se destinava», precisou o deputado, em declarações aos jornalistas no Parlamento.

A demissão de Adelino Cunha é, para o PCP, «a morte do mensageiro». «E nós não nos podemos bastar com a morte do mensageiro, temos de perceber quem é que mandou a mensagem e com que objetivo é que aquela mensagem foi mandada. O adjunto do ministro não age por si próprio, tem um responsável político, e esse responsável político é o ministro Miguel Relvas e têm de ser exigidos novos esclarecimentos sobre essa situação», argumentou.

O deputado comunista acrescentou que o PCP vai analisar os «instrumentos parlamentares» disponíveis para pedir esses esclarecimentos, o que pode passar por pedir uma nova ida de Miguel Relvas à Assembleia da República ou pelo requerimento de outras audições.

Adelino Cunha anunciou hoje a sua demissão do cargo de adjunto político do ministro-Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, no mesmo dia em que a revista Sábado noticiou, na sua edição online, que o Ministério Público encontrou mensagens de Adelino Cunha nos telemóveis de Jorge Silva Carvalho em setembro de 2011.
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