«Este é um Governo bem alentado» - TVI

«Este é um Governo bem alentado»

Santos Silva diz que «quem tem medo de perder eleições não merece ganhá-las» e desvaloriza a descida do PS nas sondagens

O ministro da Defesa, Augusto Santos Silva, afirmou esta segunda-feira em entrevista à TVI24 que não falta alento a este Governo, apesar das dificuldades que tem enfrentado e põe de parte uma remodelação. «Este é um Governo bem alentado, se a palavra existir», disse mesmo.

Questionado sobre o facto de o PS estar a cair nas sondagens, Santos Silva diz que «não ganha eleições, nem merece ganhá-las, quem tem medo de perde-las». «É natural que o PS esteja a descer nas sondagens agora que foram conhecidas medidas duras de austeridade, mas quem tem medo constantemente dos humores da opinião pública, quem tem à sua mesa não os dossiês da governação, mas as últimas sondagens, não tem estatura para ter a confiança dos seus concidadãos», afirmou.

Santos Silva recordou que «as eleições vêm longe, são em 2013, portanto não nos precipitemos».« Só é possível haver eleições no ano que vem se a Assembleia da República derrubar o Governo e só há uma maneira, é extrema-esquerda e direita unirem-se para este propósito. Já imaginou um Governo do PSD, do BE, do CDS e do PCP?», questionou.

O ministro pediu responsabilidade à oposição. «Declarações como as de Passos Coelho no fim-de-semana, garantindo que o défice português ia ser 9,5 por cento este ano, ou ainda hoje as que ouvi, a outro conselheiro económico do PSD, dizendo que Portugal ia ter o FMI mais cedo ou mais tarde, não são declarações que ajudem, visto que o PSD é também parte nesta solução».

Santos Silva recorda que o PSD «viabilizará o Orçamento, um conjunto de medidas que não basta estarem no papel, é preciso serem executadas. E é preciso condições para serem executadas». «É responsabilidade do Governo executá-las, acompanhar a sua execução, é responsabilidade da Assembleia da República fiscalizar, mas é responsabilidade de todos não precipitar nenhuma crise em cima desta que nós já vivemos».

Para o ministro da Defesa a greve geral de quarta-feira deve ser vista como uma oportunidade para que os parceiros sociais regressem à mesa das negociações. «O tempo de hoje é mais de concertação do que de contestação. É tempo de propostas, de contribuir», afirmou. «É essencial que percorramos todos um caminho que leve a um verdadeiro pacto social. É nos tempos de dificuldades que se lançam pontes para o futuro».

«Logo que consigamos pôr as contas públicas em ordem, nós e os europeus em geral, temos que ter em vista a questão da justiça fiscal e da redistribuição de rendimentos», afirmou, mas admite que «vamos ter anos de austeridade e contenção no domínio salarial».

E desdramatiza os efeitos desta greve geral, garantindo ainda que não terão efeitos nas medidas do Governo. «Vamos assistir na quarta-feira à expressão de um protesto com a tranquilidade e civismo com que em Portugal se fazem estas coisas, estaremos muito longe das explosões que vimos nas ruas de Atenas».
Continue a ler esta notícia