Governo acusa líder do PSD de «vazio de ideias» - TVI

Governo acusa líder do PSD de «vazio de ideias»

Congresso PSD em Guimarães

Ministro dos Assuntos Parlamentares afirmou que Ferreira Leite quer um «cheque em branco» dos portugueses

O ministro dos Assuntos Parlamentares acusou esta quinta-feira a presidente do PSD de ter «um vazio de ideias», de pretender pedir um cheque em branco aos portugueses e de estar em silêncio porque «nenhuma ideia tem para propor», escreve a Lusa.

Quarta-feira à noite, durante um jantar com o Grupo Parlamentar do PSD, Manuela Ferreira Leite defendeu que o papel da oposição não é apresentar alternativas às opções do Governo mas sim fiscalizar a acção governativa.

Em declarações à agência Lusa, o ministro dos Assuntos Parlamentares disse estranhar a «concepção redutora» que Manuela Ferreira Leite «tem da oposição em democracia». «Trata-se de uma teoria muito singular, segundo a qual ao partido que está na oposição compete apenas fiscalizar o Governo mas não apresentar ideias ou propostas próprias. É uma teoria tão mais singular quanto é defendida pelo partido que representa a alternativa natural ao Governo em funções», observou.

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Augusto Santos Silva recorreu depois à História de Portugal do século XIX para dizer que a líder social-democrata «regressou à velha tese do rotativismo».

«A ideia [de Ferreira Leite] é que um Governo se deve suceder a outro sem que seja preciso definir qualquer alternativa. Com aquilo que disse, no fundo, a presidente do PSD acabou por tornar mais claro aos olhos dos portugueses a razão pela qual esteve tão calada neste mês que leva de liderança do PSD», apontou.

Segundo a versão do ministro dos Assuntos Parlamentares, Manuela Ferreira Leite esteve calada porque «nada tem para propor, nada tem para dizer e não tem ideias a apresentar». Manuela Ferreira Leite «confessou o vazio de ideias que caracteriza o PSD», considerou Augusto Santos Silva.

O ministro dos Assuntos Parlamentares sustentou ainda a ideia de que a actual liderança do PSD, depois de ter apresentado algumas propostas programáticas, decidiu recuar estrategicamente, já que o impacto social dessas mesmas propostas seria negativo para as ambições eleitorais dos sociais-democratas.

«As poucas propostas que foram apresentadas pela presidente do PSD significam uma perda da importância do Estado social e um ataque às classes médias portuguesas. Manuela Ferreira Leite tem a teoria que todas as funções do Estado (excepção feita às de soberania) poderiam ser entregues à gestão e exploração privada, e entende que o Serviço Nacional de Saúde poderá ser financiado não só pelos impostos dos portugueses, como também pelo pagamento de serviços pelos utentes».

Para Augusto Santos Silva, «estas duas propostas programáticas, as únicas que se conhecem da drª Manuela Ferreira Leite, são tão contrárias ao Estado social e tão penalizadoras das classes médias que se compreende bem a opção pelo silêncio do PSD».

«O PSD agora quer pedir um cheque em branco ao eleitorado português, mas duvido que o eleitorado queira passar um cheque em branco ao PSD», acrescentou.

Confrontado com a acusação da líder do PSD de que o Governo já se resignou e baixou os braços perante um crescimento económico medíocre em 2009, o titular da pasta dos Assuntos Parlamentares disse que, neste caso, se está perante «um exercício de projecção» de Manuela Ferreira Leite.

Manuela Ferreira Leite «atribuiu ao Governo aquilo que ela própria pensa. A proposta de se baixar os braços é sua, quando diz que a situação é negra, não há dinheiro para nada e, por isso, os investimentos públicos devem ser travados».

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