Projecto do PSD é «retrocesso civilizacional»

O secretário de Estado da Saúde considerou esta quarta-feira «inaceitável» e um «retrocesso civilizacional» o projecto de revisão constitucional do PSD, que obriga o Estado a promover uma «efectiva liberdade de escolha» e elimina o princípio da gratuitidade dos serviços, escreve a Lusa.

Para Óscar Gaspar, as propostas apresentadas pelo PSD são «altamente penalizadoras para os portugueses, nomeadamente para aqueles que mais precisam».

«A avaliação que nós fazemos do Serviço Nacional de Saúde (SNS) nos últimos 30 anos, que é um avanço civilizacional importantíssimo, leva-nos a acreditar que é possível ter um serviço de qualidade para todos e tendencialmente gratuito», disse à Lusa Óscar Gaspar.

Por isso, salientou, «rejeitamos por absoluto um SNS pago, rejeitamos um SNS que seja para pobres e um serviço privado para ricos».

Óscar Gaspar sublinhou que o «segredo» do SNS é o da «igualdade no momento da prestação de cuidados médicos». E justificou: «Não é razoável que quando uma pessoa tenha uma doença seja chamada a pagar pelo seu tratamento. Todos contribuímos para o sistema através dos impostos e todos obtemos do sistema quando precisamos».

«Não pode ser quando uma pessoa chega a um hospital ou a um centro de saúde para fazer um exame que se vai pedir dinheiro e que este possa ser tratado ou não conforme tenha ou não dinheiro para pagar esse serviço», ilustrou.

Para o secretário de Estado da Saúde, esta situação é «inaceitável e seria um retrocesso civilizacional».