Madeira: «Acordo tem a mesma receita de empobrecimento» - TVI

Madeira: «Acordo tem a mesma receita de empobrecimento»

António Seguro (Lusa/António Cotrim)

Secretário-geral do PS, António José Seguro criticou programa de assistência financeira à Madeira

O secretário-geral do PS, António José Seguro, criticou este sábado o programa de assistência financeira à Madeira, por insistir na «receita de empobrecimento» aplicada no Continente.

É «um acordo entre familiares do PSD, que aplica àquela região autónoma a mesma receita do Continente, isto é, empobrecer», disse o líder socialista, acrescentando que a Madeira «vai ser duplamente prejudicada» com esta opção.

Para a Madeira como para o país, a solução passa, na perspectiva de António José Seguro, por «gerar riqueza», porque só assim se conseguirá «criar emprego e pagar as dívidas».

Falando em Montalegre, onde visitou a Feira do Fumeiro, António José Seguro reiterou críticas «à lentidão» das instâncias europeias na reacção à crise das dívidas soberanas e preconizou um papel mais activo do Banco Central Europeu, nomeadamente a possibilidade de emitir moeda.

Defendeu ainda a possibilidade de emissão de euro-obrigações e a criação de um governo económico.

«Não podemos ter uma união monetária e não termos um governo económico que ajude a dinamizar a economia da zona euro. A austeridade sobre austeridade foi o caminho que conduziu a Grécia e este caminho e é o que está a acontecer em Portugal», disse.

Citou a propósito indicadores conhecidos em Janeiro, ao nível do desemprego e do índice de confiança na economia, «que revelam que a austeridade e o empobrecimento não são solução».

Questionado pelos jornalistas sobre o cenário de Portugal dentro de quatro anos, não respondeu directamente: «Não quero acreditar que esta política continue. Espero que haja um rebate de consciência por parte do primeiro-ministro em Portugal e dos líderes europeus».

António José Seguro sublinhou, de resto, que os líderes europeus «começam agora a preocupar-se com o crescimento económico» e manifestou o desejo de que essa preocupação se traduza em «medidas concretas».

O outro nível, o dirigente socialista exigiu que o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, esclareça uma notícia dada hoje pelo Público segundo a qual Silva Carvalho preparou um plano para reestruturar as secretas quando já se encontrava ao serviço da empresa Ongoing.

«É necessário que o primeiro-ministro venha a público esclarecer essa notícia. Ao longo dos últimos meses tem surgido várias notícias que envolvem os serviços secretos portugueses. São serviços demasiado sensíveis e tem que haver transparência», frisou, realçando as sucessivas notícias que relatam «casos de promiscuidade» envolvendo os serviços secretos.

Já sobre a Justiça, criticou a proposta de reformulação do mapa judiciário, que prevê apenas um tribunal por distrito, considerando que se trata de «insistir no erro de encerrar serviços para introduzir racionalidade económica».

«Há determinadas populações que quase já não têm serviços públicos», disse Seguro.

O dirigente socialista defendeu, por outro lado, que se deve manter a tolerância de ponto no Carnaval, «não só por razões culturais, mas também por razões económicas», tendo em conta que se trata de festejos que são, em muitas localidades, «factores de dinamismo económico».

De resto, considerou que «pôr os portugueses a trabalhar mais dias não é solução», mas sim «trabalhar melhor» com melhor organização das empresas e mais inovação.
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