Saúde precisa de «mudanças, reformas» - TVI

Saúde precisa de «mudanças, reformas»

O primeiro-ministro, José Sócrates

Sócrates defende que serviço nacional de saúde «não pode continuar como está»

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O primeiro-ministro, José Sócrates, criticou este sábado quem pensa que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) «deve continuar igual» ao que era quando foi criado, frisando que o Governo investe num sistema «mais moderno e sofisticado», escreve a Lusa.

«Os que pensam que o Serviço Nacional de Saúde deve continuar como quando foi criado estão enganados», proclamou José Sócrates, ao intervir em Penela, distrito de Coimbra, perante uma plateia em que estava o fundador do SNS, António Arnaut, que há 35 anos esteve também na criação do PS.

Aliás, quando chegou a Penela, para inaugurar a Unidade de Cuidados Continuados da Santa Casa da Misericórdia, a que se seguiu a celebração de contratos com instituições do distrito da Rede Nacional de Cuidados Continuados, uma das primeiras pessoas que Sócrates cumprimentou foi António Arnaut.

O advogado e escritor, antigo grão-mestre do Grande Oriente Lusitano ¿ Maçonaria Portuguesa, que em 1973 foi um dos fundadores do PS, na Alemanha, é natural da aldeia da Cumieira, concelho de Penela.

Estava na cerimónia a convite do presidente da Câmara Municipal, o social-democrata Paulo Júlio, tal como o investigador Mário Nunes, também nascido no concelho, actual vereador da Cultura da Câmara de Coimbra.

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António Arnaut, que tem criticado algumas das mudanças no sector da saúde do Governo do seu partido, que culminaram na demissão do ex-ministro Correia de Campos, disse à agência Lusa que no breve encontro inicial com o primeiro-ministro este quis saber por que razão o fundador do PS ali estava.

«Foi uma conversa simpática», observou, indicando que o mesmo veio a acontecer após Sócrates ter discursado, com o chefe do Governo a reafirmar-lhe a aposta do executivo num SNS «moderno e sofisticado».

«Queremos um Serviço Nacional de Saúde que tenha o mais moderno e sofisticado que existe no mundo, na saúde», afirmou José Sócrates no seu discurso de improviso.

O primeiro-ministro recordou que, «20 anos atrás, o país era diferente», o que implica por parte do Governo uma reforma do SNS, que não ponha em causa os objectivos enunciados quando foi criado pelo PS e por António Arnaut.

«O país envelheceu»

Alegou, por outro lado, que «a resposta à qualidade de vida das pessoas idosas é hoje um dos desafios mais prementes», uma vez que «o país envelheceu» e que é maior a esperança de vida dos portugueses.

«Nem sempre temos sido entendidos, mas essa tem sido sempre a nossa intenção», reiterou, com a ministra da Saúde, Ana Jorge, na primeira fila.

Para Sócrates, o SNS precisa hoje de «mudanças, reformas e investimentos que respondam aos anseios das pessoas».

«Mas deve ser um Serviço Nacional de Saúde à altura dos tempos, que aceite a mudança, para que se cumpram os objectivos para que foi criado».

Na Região Centro, a Rede de Cuidados Continuados, uma reforma que o primeiro-ministro considerou «a mais consensual» no seio do SNS, arrancou com 373 camas, tendo atingido as 659 camas em Abril último, traduzindo um crescimento de 77 por cento.
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