Partido pelos Animais e pela Natureza quer eleger «um a três deputados» - TVI

Partido pelos Animais e pela Natureza quer eleger «um a três deputados»

Política

Intenção foi adiantada esta por Paulo Borges, membro da comissão coordenadora do novo partido

O Partido pelos Animais e pela Natureza (PAN), constituído este mês, pretende eleger nas próximas eleições legislativas entre «um a três deputados», adiantou esta quinta-feira Paulo Borges, membro da comissão coordenadora do novo partido, noticia a Lusa.

Os impulsionadores apresentaram hoje em Carnaxide - onde o partido instalou a sede - a declaração de princípios e objectivos do PAN, depois de, no passado dia 13, terem recebido luz verde à criação do partido, pelo Tribunal Constitucional.

«Constituímos este partido para podermos ter assento na Assembleia da República. Tudo vai depender do nosso trabalho e da resposta dos eleitores. O nosso objectivo é, nas primeiras eleições a que concorrermos, termos uma representação que calculamos que possa estar entre um a três deputados», afirmou Paulo Borges, que integra a comissão coordenadora do PAN.

O responsável - que admite vir a liderar o novo partido - adiantou que, nas próximas legislativas, o PAN concorrerá sozinho, afastando a possibilidade de realizar qualquer coligação com um dos partidos já com assento parlamentar.

O Partido pelos Animais e pela Natureza demarca-se do Partido Ecologista Os Verdes (PEV), que concorre às eleições legislativas em coligação com o PCP, no quadro da CDU.

«Nós demarcamo-nos de partidos ecologistas, ou ditos ecologistas, que estejam desde a sua nascença, no caso do PEV, associados a um projecto político, partidário e ideológico muito bem definido e que não é o nosso», referiu Paulo Borges, adiantando que, neste caso, «há uma assunção da ecologia, mas que não é um fim em si, mas antes um meio instrumentalizado em função de outros objectivos político-partidários».

Os promotores prevêem realizar, dentro de três meses, o primeiro congresso do partido, para aprovar a direcção e a comissão política nacional, bem como as concelhias desta estrutura partidária, além do programa político, que terá como base a declaração de princípios hoje apresentada em conferência de imprensa.

O PAN assume-se como «um partido inteiro, que visa o bem de tudo e todos, ou seja, dos animais, humanos e não-humanos, e da natureza» e afirma-se acima «dos quadros partidários habituais», rejeitando inserir-se nas noções de esquerda ou direita.

Os impulsionadores do partido acreditam existir actualmente na sociedade portuguesa «um imenso e fecundo espaço aberto para o surgimento de novas iniciativas cívicas e partidárias», considerando estar em causa uma «crise na democracia», evidente depois das eleições presidenciais do último domingo.

«Considerando abstenções, votos em branco, votos nulos e votos em candidatos independentes», cerca de 66 por cento do total de eleitores «ignoraram ou divergiram das propostas políticas dos partidos actualmente com assento na Assembleia da República», apontou Paulo Borges.
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