PCP e BE fazem «horas extra» para preparar greve geral - TVI

PCP e BE fazem «horas extra» para preparar greve geral

Greve Geral de Norte a Sul (José Coelho/LUSA)

Partidos mobilizam todas as suas estruturas e protagonistas para o apelo e acompanhamento à paralisação

Relacionados
O dia da greve geral, na quinta-feira, é o culminar de «muito trabalho extraordinário» nas últimas semanas no PCP e no BE, que mobilizam todas as suas estruturas e protagonistas para o apelo à paralisação.

Os dois partidos com assento parlamentar que apelam à participação na greve geral começaram a fazer esta mobilização pública logo após a convocatória do protesto, a 16 de fevereiro, pela CGTP.

Paulo Raimundo, da Comissão Política do PCP, explica que, desde então, não há intervenção pública de dirigentes do partido, sobretudo as do secretário-geral, Jerónimo de Sousa, que não contenha um apelo à participação na greve.

Depois, à medida que se aproxima a greve, e a cerca de uma semana e meia da data, surge uma estratégia de «procurar contribuir para trazer para cima as razões da greve, para dar algum combate e critica ideológica a várias questões», acrescenta.

Isto faz-se nas mesmas intervenções de dirigentes, através da Internet (com o protesto a ser a «face» do partido na sua página on-line), mas também a um nível menos público, através das células do partido nas empresas, sobretudo.

Mas esta é uma estratégia «diária», que depois tem frutos e é mobilizada perante a marcação e uma greve. «A nossa forma de acompanhar a greve de forma mais diária é essa, não há nenhuma pretensão nossa de substituir aqueles que têm de fazer greve, que são os trabalhadores e o próprio movimento sindical», sublinha.

No dia da greve, o protesto é seguido «minuto a minuto» na página do PCP na internet, com conteúdos que incluem vídeos e fotografias, dirigentes e deputados acompanham piquetes de greve e Jerónimo de Sousa fará uma declaração pública.

A ponte com os sindicatos, sublinha Paulo Raimundo, faz parte do «normal funcionamento do partido», já que há muitos militantes no movimento sindical, não havendo necessidade de reforço desta ligação perante uma greve geral.

«Estamos muito à vontade neste combate, porque desde a primeira hora estivemos de acordo com a greve e, acima de tudo, porque temos a estrutura do partido toda envolvida», acrescenta.

Também o Bloco de Esquerda, e sobretudo nas últimas duas semanas, se mobilizou para a greve, como explicou à Lusa a deputada Mariana Aiveca.

De forma mais visível, com as intervenções e visitas que fazem dirigentes e deputados e em que sempre apelam à participação na paralisação. Depois, com uma série de reuniões com sindicatos e comissões de trabalhadores de empresas.

O Bloco fez ainda um «jornal específico apelando à greve», que foi distribuído de forma «massiva» à população, sobretudo nos transportes públicos.

No dia da greve todos os deputados e dirigentes serão «envolvidos em ações», que começam já esta noite, nos serviços de recolha de lixo da Câmara de Lisboa, seguindo-se um périplo pelos piquetes de greve do metro de Lisboa, da Carris e dos CTT, culminando com uma ida à Autoeuropa na quinta-feira de manhã. O mesmo farão os parlamentares eleitos pelo Porto. E todos participarão em diversas manifestações convocadas pelos sindicatos.

Porém, o grupo parlamentar do BE estará no Parlamento ao final da tarde para assegurar as votações do plenário, e Luís Fazenda e Ana Drago assegurarão os debates na Assembleia.

A greve é também seguida no site do BE, com entrevistas e «pequenos vídeos», sendo a comunicação feita com os sindicatos através da Comissão de Trabalho do BE, que faz a ponte permanente com as organizações de trabalhadores.
Continue a ler esta notícia

Relacionados