Sócrates: «A única conclusão que se pode tirar é que eu disse a verdade» - TVI

Sócrates: «A única conclusão que se pode tirar é que eu disse a verdade»

Primeiro-ministro afirmou que proposta de relatório revela pouca seriedade

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O primeiro-ministro afirmou esta sexta-feira que a proposta de relatório da comissão de inquérito à compra da TVI não apresenta factos para as acusações dirigidas contra si e revela pouca seriedade.

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«Eu começo por constatar que no relatório da comissão não é referido nenhum facto que possa sustentar as acusações que me foram dirigidas ao longo de meses a fio e isso é talvez o elemento mais relevante desta comissão de inquérito. Lamento também que o relator que propõe as conclusões à comissão não tenha também tido a coragem de escrever isso mesmo, preto no branco», declarou o primeiro-ministro, citado pela Lusa.

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«As únicas duas conclusões que se podem tirar desta comissão de inquérito são exactamente estas, nunca o Governo deu nenhuma orientação ou sugestão à Portugal Telecom (PT) para que fizesse qualquer negócio no domínio da comunicação social. E, em segundo lugar, o Governo não estava informado de que esse negócio estava em curso e que havia uma intenção da PT de adquirir a TVI», defendeu Sócrates.

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O primeiro-ministro falava aos jornalistas, à chegada ao Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, onde decorre um colóquio sobre os 25 anos da assinatura do tratado de adesão de Portugal à então Comunidade Económica Europeia (CEE).

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De acordo com o primeiro-ministro, há uma «completa distorção dos factos» na proposta apresentada por João Semedo quando «o relator diz que o Governo sabia porque tinha vindo nos jornais do dia anterior».

«Ora, é verdadeiramente elucidativo da pouca seriedade que se quer colocar nas conclusões da comissão de inquérito, porque o que estava em causa era saber se o Governo tinha alguma informação do negócio antes e durante as negociações que ocorreram antes de se ter tornado público», considerou.

José Sócrates referiu que disse à comissão de inquérito «que tinha lido nos jornais, como toda a gente», mas que não podia «atribuir a isso um conhecimento fundado sobre se isso existiria ou não» o negócio de compra da TVI pela PT.

«Em segundo lugar, o relator também invoca que o Governo interveio no negócio da TVI depois de ele ser tornado público. Ora, mais uma vez, revela pouca seriedade, porque, afinal de contas, o que estava em causa era saber se o Governo tinha feito alguma intervenção antes de o negócio se ter tornado público - porque toda a gente sabe que o Governo fez uma intervenção depois de o negócio se ter tornado público, para o impedir; isso é absolutamente verdade e isso toda a gente sabe», acrescentou.

O primeiro-ministro reiterou que «não sabia, não estava informado, não tinha o mínimo conhecimento» do negócio de compra da TVI pela PT e que «a única coisa que disse à comissão é que tinha lido os jornais, como toda a gente faz, e como os jornalistas também fazem. E, por isso, a única conclusão sobre essa matéria que se pode tirar é que eu disse exactamente a verdade no Parlamento», defendeu José Sócrates.
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