«Vamos na quarta acusação ao primeiro-ministro e ainda não se comprovou nada» - TVI

«Vamos na quarta acusação ao primeiro-ministro e ainda não se comprovou nada»

Almeida Santos qualificou de «juízo político» as conclusões da comissão de inquérito

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O presidente do PS, Almeida Santos, qualificou de «juízo político» as conclusões preliminares da comissão de inquérito ao caso TVI, afirmando que já se vai «na quarta acusação ao primeiro-ministro e ainda não se comprovou nada», noticia a Lusa.

«A minha ideia é esta, já vamos na quarta acusação ao primeiro-ministro e ainda não se comprovou nada», afirmou o presidente honorário do PS, acrescentando que a conclusão da proposta de relatório, elaborada pelo deputado do BE João Semedo, «não constitui prova».

«É a opinião da comissão. É uma comissão política, uma comissão parlamentar, não é nenhum tribunal», afirmou Almeida Santos, sublinhando mais uma vez que considera que estas conclusões são «um juízo político».

Questionado pelos jornalistas, à margem do colóquio «Integração Europeia e Democracia» que realizada no Mosteiro dos Jerónimos em Lisboa, se considerava que estas conclusões fragilizam o Governo, Almeida Santos recusou tal cenário.

«A crise, o resultado da crise, o desemprego. Isso é que fragiliza, e é qualquer Governo não é só este», afirmou.

PS rejeita que relatório diga que Sócrates mentiu

O vice-presidente da bancada do PS, Ricardo Rodrigues, rejeitou que se possa concluir que o primeiro-ministro mentiu ao Parlamento, enquanto o PSD lamentou não se incluir no relatório os elementos recolhidos nas escutas.

«Quer a administração da TVI quer da PT sempre disseram que o primeiro-ministro não só não tinha conhecimento do negócio como não interveio no negócio. Convicções pessoais todos podem ter, a verdade são factos ou documentos e desses não se pode extrair outra conclusão», afirmou Ricardo Rodrigues, à saída da reunião da comissão de inquérito.

Já o deputado do PCP, João Oliveira, disse que não tem para já «objecções às conclusões do relatório» e admitiu fazer propostas de alteração que «possam ir mais longe» do que a proposta apresentada por João Semedo.

«Vamos perceber que classificação podemos fazer. Se for verdade que o primeiro-ministro sabia do negócio (quando afirmou não saber) então essa classificação (de mentira) é uma decorrência», disse.

Quanto ao PSD, o coordenador dos deputados sociais-democratas, Pedro Duarte adiantou que vai apresentar uma declaração de voto por a proposta não incluir os elementos dos resumos de escutas enviados ao Parlamento.

«Não podemos fazer de conta que não existem esses documentos», afirmou, referindo-se à proibição do presidente da comissão de serem feitas referências aos resumos de escutas no relatório.

Pedro Duarte sublinhou que «o PSD já expressou que por trás deste negócio está uma operação política que visava controlar um conjunto de órgãos de comunicação social e com o conhecimento do primeiro-ministro».

Do lado do CDS, a deputada Cecília Meireles remeteu para mais tarde as apreciações sobre o relatório e considerou que na actuação do Governo na tentativa de compra da TVI «é manifesto que há muitas incongruências nos testemunhos ouvidos e uma história mal contada».

Assis em defesa de Sócrates

O líder parlamentar do PS afirmou que a proposta de relatório da comissão de inquérito à tentativa de compra da TVI evidencia que «quem se empenhou numa campanha caluniosa contra o primeiro-ministro não foi capaz de demonstrar essas acusações».

«O que fica muito claro é que mesmo os que se empenharam em lançar esta campanha caluniosa contra o primeiro ministro e contra o PS não são capazes de sustentar com rigor essas acusações», disse Francisco Assis numa declaração no final da reunião da comissão parlamentar.

«Como sempre dissemos, o Governo não desenvolveu nenhuma iniciativa para controlar a TVI e o primeiro-ministro não mentiu ao Parlamento», frisou.
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