Cavaco «sem margem para actuar preventivamente» - TVI

Cavaco «sem margem para actuar preventivamente»

Presidente diz que crise política passou muito rapidamente para o plano dos partidos e da Assembleia da República

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O Presidente da República afirmou hoje, no Porto, que a rapidez com que a crise política evoluiu «reduziu substancialmente» a sua margem de manobra para actuar preventivamente.

«Esta questão passou muito rapidamente para o plano dos partidos e da Assembleia da República. Pela forma como o programa foi apresentado, pela falta de informação, pelas declarações que foram feitas quase nas primeiras horas ou até nos primeiros dias, tudo isso reduziu substancialmente a margem de manobra de um presidente da república actuar preventivamente», frisou.

Cavaco Silva recusou-se a «antecipar cenários» e a fazer «especulações em público» antes do «debate importante que vai ter lugar na Assembleia da República».

«Não antecipo cenários. Não faço especulações em público. Devemos esperar pelo debate importante que vai ter lugar na Assembleia da República», salientou, reafirmando que «tudo avançou muito rapidamente».

Numa declaração à margem do centenário da Universidade do Porto, o chefe de Estado recusou pronunciar-se sobre se teria sido possível evitar esta crise política, referindo que «não é tempo de fazer comentários sobre essa matéria».

«Não sou comentador nem analista político. Um presidente da república nunca o deve ser. Sou totalmente isento e imparcial em relação às forças políticas e nunca entrarei no debate, na disputa dos partidos», disse, escudando-se a comentar o apelo feito hoje por Mário Soares para que tente evitar eleições.

Para o presidente, «este é um tempo em que o Parlamento, o Governo e os partidos vão expressar as suas posições, que todos esperamos com grande sentido de responsabilidade».

Cavaco Silva referiu que, «nesta altura, o Presidente da República, como último garante do normal funcionamento das instituições democráticas, deve actuar com muita ponderação, medindo as palavras que utiliza, com serenidade e com alguma reserva, procurando recolher o máximo de informação».

«É isso que tenho vindo a fazer. A recolher o máximo de informação, para que, se for necessário, poder tomar as decisões que considere as melhores para o país», realçou.

Cavaco Silva admitiu que a apresentação do novo Plano de Estabilidade e Crescimento por parte do Governo «terá apanhado de surpresa os partidos políticos e os portugueses», mas escusou-se a fazer comentários sobre o que se passou.

«Entendo que neste momento não devo antecipar cenários nem fazer quaisquer especulações na praça pública. Devo manter alguma reserva», disse.
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