O general Ramalho Eanes considerou, esta segunda-feira, que a vitória da Nova Democracia nas eleições legislativas gregas mostrou que os gregos quiseram permanecer no euro, e defendeu uma resposta europeia diferente para a Grécia.
«O resultado não foi inesperado. Quando se ouviam os relatos, conversas com a população, a conclusão que se retirava é que uma maioria significativa de gregos, o povo grego em geral queria continuar na Europa, queria permanecer no euro», afirmou.
O general Ramalho Eanes falava à Agência Lusa à margem da V Conferência sobre Portugal Militar em África, que decorre na Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa.
Num comentário aos resultados das eleições na Grécia, Ramalho Eanes considerou que a maioria que votou nos conservadores espera «obviamente que a Europa encontre um modelo de resposta à situação grega diferente daquele que existe atualmente».
«O modelo da troika é perfeitamente desajustado. Não há economista nenhum reputado que não o reconheça. É indispensável uma outra receita diferente daquela que, como se costuma dizer, pode matar o doente», disse.
O ex-Presidente da República acrescentou que o resultado das eleições «foi bom» para Portugal, considerando que se se tivessem registado «resultados contrários à continuação da Grécia na Europa» isso «traria uma situação de perturbação manifesta com resultados negativos».
Admitindo que a Nova Democracia (ND) pode ter «alguma dificuldade em constituir Governo», o general Ramalho Eanes sustentou que deverá haver «estabilidade governativa na Grécia dentro de pouco tempo».
Os últimos dados oficiais das eleições legislativas antecipadas referem que a ND vai garantir um resultado entre os 29,5 e os 30 por cento, obtendo 128 lugares no parlamento de 300 lugares (já incluindo o «bónus» de 50 deputados garantido pelo partido mais votado).
Eanes defende resposta diferente para a Grécia
- Redação
- MM
- 18 jun 2012, 12:48
«O modelo da troika é perfeitamente desajustado», diz o antigo Presidente da República
Continue a ler esta notícia