«Jovens exigem medidas, não comissões» - TVI

«Jovens exigem medidas, não comissões»

António José Seguro questionou combate ao desemprego do Governo

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O secretário-geral do PS, António José Seguro, considerou este sábado que os jovens exigem do Governo medidas e não comissões para combater o desemprego, reiterando que o executivo não está preparado para enfrentar as dificuldades.

«O que os jovens portugueses exigem do Governo são medidas, não são comissões», afirmou António José Seguro, citado pela Lusa, quando questionado sobre a nova Comissão Interministerial de Criação de Emprego e Formação Jovem, que irá ser coordenada pelo ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas.

Interrogado se considera insuficiente o que o Governo está a fazer para combater o desemprego, o líder socialista lembrou que o desemprego jovem já atingiu os 35 por cento, salientando que um Executivo que ao fim de oito meses em funções vai criar «uma comissão para apresentar e estudar medidas» significa é «naturalmente um Governo que não estava preparado para enfrentar estas dificuldades».

Antes destas declarações aos jornalistas, o líder do PS tinha já abordado o problema do desemprego na intervenção que fez no encerramento da convenção da FAUL sobre a reforma administrativa de Lisboa, renovando as acusações ao Governo de falta de sensibilidade social.

«É o Governo com menos sensibilidade social», criticou, recordando que depois de na quinta-feira ter sido anunciada a maior taxa de desemprego de sempre em Portugal (14 por cento no quarto trimestre de 2011), na sexta-feira o primeiro-ministro não teve uma palavra sobre o problema na intervenção inicial de dez minutos que fez no debate quinzenal na Assembleia da República.

«Isto não é aceitável, é mais um facto muito elucidativo da ausência de sensibilidade social que este Governo tem. As respostas para os problemas neste país encontra-as na ponta de uma tesoura, cortar por cortar, sem perceber que está a empobrecer o país», acrescentou.

O líder socialista reconheceu, contudo, que se estivesse na chefia do Governo também teria que adoptar medidas de austeridade.

Porém, acrescentou, o problema também está na «dose» das medidas de austeridade, que poderia se menor, pois é possível consolidar contas públicas pelo lado da receita.

No seu discurso, António José Seguro insistiu ainda que é tempo do Governo assumir que as suas políticas são um «fracasso» e prometeu que o PS irá continuar a mover-se pelo interesse nacional.

«Nós não nos confundimos com a oposição de protesto ou com oposição de retórica ou com oposição da ilusão, ou com a oposição do bota-abaixo. Podemos não ser totalmente compreendidos no momento, mas nós movemo-nos pelo interesse nacional», disse.
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