«Portugal teria evitado muito com concertação» - TVI

«Portugal teria evitado muito com concertação»

«Reconheço e valorizo todos aqueles que apelam ao consenso, ao diálogo e à concertação. Foi isso que fiz já há muito tempo», diz Sócrates

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O primeiro-ministro afirmou que há muito tempo que anda a apelar à concertação entre todos os políticos e que Portugal poderia ter evitado muitas situações caso tivesse seguido esse espírito de consenso e de diálogo.

José Sócrates falava aos jornalistas no pátio de São Bento, quando se encontrava rodeado por dezenas de populares (na sua maioria vindos de Famalicão) que aproveitaram o 25 de Abril para visitar a residência oficial do primeiro-ministro, tal como em anos anteriores aberta ao comum dos cidadãos neste dia feriado.

Depois de dar dezenas de beijos e apertos de mão, os jornalistas confrontaram o primeiro-ministro com o teor dos discursos hoje proferidos pelos ex-Presidentes da República (Mário Soares, Ramalho Eanes e Jorge Sampaio) e pelo chefe de Estado, Cavaco Silva, na cerimónia solene de comemoração do 25 de Abril, que decorreu no Palácio de Belém.

José Sócrates optou por não se referir especificamente a nenhuma destas intervenções, mas deixou uma mensagem: «Reconheço e valorizo todos aqueles que apelam ao consenso, ao diálogo e à concertação entre todos os políticos. Foi isso que fiz já há muito tempo e há muito tempo que tenho vindo a falar nisso. Poderíamos ter evitado muita coisa se tivéssemos esse espírito», respondeu.

Sobre os discursos feitos pelos ex-Presidentes da República e pelo actual chefe de Estado, o líder do executivo demissionário apenas salientou que esses discursos «são todos eles bem-vindos e têm os seus destinatários, que são os portugueses».

Em contraponto, Sócrates preferiu referir-se ao próximo ponto do seu programa oficial em Santo Tirso, onde ao fim da tarde assinalará o fim das obras de requalificação de uma escola secundária. «A liberdade só tem sentido com mais educação e os portugueses sabem que essa é a primeira ambição de um regime de liberdade», declarou.

Tal como em anos anteriores, José Sócrates foi muito bem recebido pelos populares à sua chegada à residência oficial de São Bento, sobretudo por parte das mulheres mais idosas.

A mês e meio das eleições legislativas, o primeiro-ministro ouviu apelos e palavras de incentivo: «Deus o ajude senhor primeiro-ministro, Deus o ajude», dizia uma das mulheres que antes o beijara e abraçara.

Logo a seguir, um outro grupo de mulheres tornou esses apelos mais explícitos em termos de objectivos imediatos: «Força para a campanha senhor primeiro-ministro».

E a despedida de Sócrates dos populares atingiu níveis de entusiasmo próprios dos comícios: «Viva o primeiro-ministro, viva o PS», gritou-se no meio de uma salva de palmas, quando o primeiro-ministro subia a escadas para o primeiro andar da residência, onde está instalado o seu gabinete de trabalho.

Sócrates respondeu às mulheres que o beijavam e elogiavam usando a mesma fórmula que aplica desde 2005: «Vocês são muito simpáticas».

Em relação às crianças rapazes, o cumprimento do primeiro-ministro tem também registado uma assinalável continuidade: «Então campeão, como estás?», segue-se uma festa na cabeça do miúdo.

Ainda em declarações aos jornalistas, o primeiro-ministro elogiou a tradição de abrir a residência oficial do primeiro-ministro ao público nos feriados de 25 de Abril.

«Este é o dia da liberdade e o dia em que a residência oficial do primeiro-ministro se mostra como a residência do povo. Este é o momento em que comemoramos a instauração da liberdade e da democracia, esta é a uma boa tradição», disse.
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