Seguro «perplexo» foi pedir «explicações» a Passos - TVI

Seguro «perplexo» foi pedir «explicações» a Passos

Líder do PS e primeiro-ministro estiveram reunidos mais de duas horas

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António José Seguro foi esta segunda-feira a São Bento para pedir explicações ao primeiro-ministro e esteve reunido com o primeiro-ministro durante mais de duas horas. O líder do PS confessou-se «perplexo» com as últimas declaração de Passos Coelho e alguns dos seus ministros.

«Quando são pedidos mais sacrifícios além do memorando com a troika é minha obrigação pedir esclarecimentos», disse.

O secretário-geral do PS recusou-se também a colocar o cenário de Portugal recorrer a um segundo pacote de ajuda externa, contrapondo que a obrigação do Governo é cumprir o memorando da troika assinado em Maio.

António José Seguro falava aos jornalistas em São Bento, no final da reunião de duas horas com o primeiro-ministro.

Interrogado sobre o cenário, admitido pelo primeiro-ministro, de Portugal recorrer a uma segundo pacote de ajuda externa, caso a Grécia entre em incumprimento, o líder socialista deu a seguinte resposta: «Não falo sobre cenários hipotéticos, mas não encontro nenhuma razão para que o Governo deixe de cumprir e deixe de executar o memorando [da troika] assinado em Maio», disse.

António José Seguro disse aos jornalistas que pediu a audiência com Pedro Passos Coelho depois de ter sido confrontado com afirmações de ministros e do próprio primeiro-ministro que lhe causaram «perplexidade».

Essas «perplexidades», de acordo com Seguro, obrigaram-no «a pedir esclarecimentos» ao primeiro-ministro, porque «o País vive uma situação muito especial, em que são pedidos muitos sacrifícios aos portugueses e o País não pode falhar no cumprimento dos compromissos internacionais».

Neste quadro, António José Seguro disse entender ser «normal que o líder da oposição tenha pedido esta reunião ao primeiro-ministro, visando saber o que significavam algumas intervenções públicas» que foram feitas.

«Ao mesmo tempo, tive a oportunidade de reafirmar ao primeiro-ministro muitas das posições públicas que já assumi, designadamente no que respeita à necessidade de o País ter uma agenda para o crescimento e o emprego e, ainda, sobre a necessidade de Portugal ter uma posição mais politicamente alargada de afirmação da defesa dos nossos interesses no seio da União Europeia», afirmou o secretário-geral do PS.

Depois de mencionar dois dos pontos em que o PS mais tem criticado o Governo ¿ agenda para o crescimento e política europeia -, Seguro recusou-se a esclarecer qual o resultado do diálogo que teve com o primeiro-ministro. «Não vou falar de nenhum assunto em detalhe», afirmou.

Sobre a Madeira, o secretário-geral do PS afirmou que não questionou o primeiro-ministro sobre quando será conhecido o programa de assistência financeira à Madeira, porque recebeu a garantia na Assembleia da República que será este mês.

«Nem sequer precisei de perguntar isso ao senhor primeiro-ministro, porque o primeiro-ministro foi muito claro sobre essa matéria no último debate quinzenal na Assembleia da República», alegou o líder socialista.

Hoje, ao final da tarde, sobre este mesmo assunto, o porta-voz do Secretariado Nacional do PS, João Ribeiro, afirmou o seguinte: «Há um compromisso público do primeiro-ministro de Portugal, segundo o qual no dia 30 há a apresentação da auditoria e a apresentação do plano de assistência financeira à Madeira. No dia 30, o PS tomará uma posição sobre o que acontecer», disse.
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