Pontes e estradas destruídas - TVI

Pontes e estradas destruídas

Inundações em Pombal (Foto Paulo Cunha/Lusa)

Em Pombal, incêndios destruíram árvores que prendiam a terra, agora a chuva arrasta tudo. Prevenção em Tomar evitou o pior. Governo não atribui verba para ajudar populações, que temem nova noite de temporal

O mau tempo que se fez sentir na madrugada desta quarta-feira deixou pontes e estradas destruídas em Pombal. «Como houve muitos incêndios este Verão, as terras estão soltas e com a enxurrada vêm árvores secas, ramos, terra, detritos e lixos, que partiram janelas, portas e inundaram tudo», explicou Narciso Mota, presidente da Câmara que falou ao PortugalDiário, enquanto andava pelo concelho a fazer uma avaliação dos estragos.

O cenário de destruição deixou o autarca em desalento. O autarca explicou que «há lojas, casas e hotéis inundadas, carros submersos, o centro de saúde foi desactivado e os doentes transferidos para o hospital».

A chuva parou de cair em Pombal, mas a população não descansa. «Para já estamos a proceder às operações de limpeza, mas vai demorar muito tempo até que tudo volte ao normal», lamentou Narciso Mota.

As previsões meteorológicas ainda assustam os pombalenses: além do vento forte que se faz sentir, para a noite são esperadas trovoadas e aguaceiros. O autarca mostra-se apreensivo com o boletim meteorológico: «Se continuar a chover mais, a situação é preocupante».

Apelar à solidariedade

«As famílias que estavam desalojadas já voltaram a casa após as operações de limpeza», contudo, a população de Pombal «ainda precisa da solidariedade», explicou o autarca que adianta que «desta vez nem sequer podemos apelar ao sector privado da região porque também eles foram afectados», mas «cada um ajuda como pode».

O presidente da autarquia continua o seu périplo pelo concelho para avaliar o que o mau tempo estragou, e não consegue deixar de soltar um desabafo: «isto hoje está muito complicado».

Governo não atribuiu verba para ajudar população

O ministro do Ambiente afirmou esta tarde, numa visita a Tomar, que, no que respeita ao resto do país, o problema das inundações «não tem gravidade suficiente» para obrigar a medidas extraordinárias de apoio por parte da administração central.

Tomar recebeu o alerta de inundação atempadamente e as operações de prevenção parecem ter surtido efeito. O rio Nabão e os seus afluentes galgaram as margens, «mas os sacos de areia e os painéis que foram colocados impediram que as águas invadissem casas e estabelecimentos comerciais, nas zona da Levada», explicou ao PortugalDiário Victor Parrana, segundo comandante dos Bombeiros de Tomar.

Mesmo assim foi necessário «evacuar duas dezenas de famílias de um acampamento cigano na zona do Flecheiro e não foi possível evitar a morte de 40 ovelhas em Sabacheira, onde há quatro habitações isoladas», explicou o responsável.

A situação em Tomar estabilizou, até porque a chuva também acalmou, mas ainda há ruas fechadas e os responsáveis estão de prevenção. O próximo passo será limpar tudo o que a fúria das águas arrastou e destruiu.
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