Euribor deverá normalizar em breve - TVI

Euribor deverá normalizar em breve

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A Euribor voltou a subir, mas em breve deverá voltar aos níveis anteriores.

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Esta é, pelo menos, a convicção dos analistas contactados pela «Agência Financeira».



Filipe Garcia, analista do IMF-Informação e Mercados Financeiros, está confiante. «Na minha óptica, e estando optimista face à resolução desta situação de crise financeira, não me parece que as taxas Euribor se mantenham assim muito altas durante muito mais tempo».

Acredita mesmo o analista que os juros vão voltar «a valores mais razoáveis» daqui a relativamente pouco tempo. «Vão voltar ao nível que estavam há duas semanas no curto prazo». E o curto prazo é «bastante antes do final do ano», assegura.

Subidas são exageradas

Esta sexta-feira a Euribor renovou máximos, em todos os prazos, depois de já ter batido ontem o seu valor mais alto dos últimos ses anos. «Esta subida, ou não sabemos de tudo ou perante os factos que temos, é exagerada», acredita ainda Filipe Garcia. Esta é também a opinião partilhada por outros analistas contactados.

Mas nem por isso a situação deixa de ser considerada «séria». Apesar disso, diz o primeiro analista que está «confiante que os bancos e que as instituições financeiras vão conseguir resolvê-las sem grandes problemas, se não houver problemas de maior nem nenhum contágio a estes sectores».

Seja como for, Felipe Garcia também acredita que o BCE deverá voltar a subir o preço do dinheiro, pelo menos, mais uma vez este ano. «É provável. Os juros (taxa directora) estão nos 4,25% e as Euribor já estão acima dos 4,6%. É até provável que seja em Setembro, se a situação não vier a complicar-se muito mais».

Crédito ficará irremediavelmente mais caro

Tal como os economistas, os analistas acreditam que os bancos vão ter que tomar uma atitude diferente daquela a que temos assistido com os créditos.

Pedro Mendes, analista do Millennium BCP, acredita que esta crise vai fazer «com que os bancos tenham mais percepção dos riscos» e consequentemente que os spreads dos créditos (margem de lucro dos bancos nos empréstimos) «venham a alargar-se».

«O que se passou nos últimos tempos foi um esmagamento dos spreads por um aumento da concorrência e que, obviamente, está a afectar a rentabilidade dos bancos. Este tipo de correcções do mercado e da subida de prémios de risco acaba por ser positivo no sentido de que volta a trazer mais alguma racionalidade. No fundo, o pricing do risco de crédito, de certeza, vai aumentar. Os bancos vão passar a ser mais exigentes com os créditos que dão e que fazem», acrescenta Pedro Mendes, fazendo alusão ao apertar dos créditos também na hora de emprestar dinheiro.

Esta é ainda uma convicção partilhada por Filipe Garcia, que antevê um «aumento generalizado dos spreads dos contratos novos. Faz sentido que venha a suceder. Não me surpreenderá nada. Mesmo relativamente ao que está contratado também acredito que os bancos vão ter cuidado».

Agora, «entre o juro alto que o banco gosta de cobrar e o juro alto que pode levar ao incumprimento do crédito, há um meio-termo que vai ter de ser encontrado com cuidado. Se subirem será em bloco, mas tentarão fazê-lo de uma forma suave, quase que como um último recurso», acrescenta o analista do IMF.
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