BCP e Sonangol dizem que parceria é início de «longo caminho»

Os presidentes do Millennium BCP e da Sonangol consideraram esta quinta-feira que a parceria assinada em Luanda pelas duas empresas representa o início de «um longo caminho» com vista à concretização de um plano de acção já definido.

«Esta parceria que agora se inicia significa o começo de um caminho que será longo, com momentos bons, mas temos todos experiência para saber que haverá problemas, momentos em que vamos precisar de estar juntos para vencer», afirmou o presidente do Millennium BCP, Carlos Santos Ferreira, durante a assinatura do acordo, em Luanda, citado pela agência «Lusa».

«É uma parceria importante para todas as instituições envolvidas e será um contributo com o melhor que sabemos e podemos para Angola», acrescentou o presidente do banco português.

«Temos todos um pensamento similar sobre aquilo que queremos e pretendemos fazer», disse Carlos Santos Ferreira, referindo-se aos dois novos accionistas do BMA, a Sonangol e o BPA.

Todas as parcerias «são relevantes»

Questionado sobre a conclusão das negociações para esta parceria, Santos Ferreira afirmou que «todas as parcerias são relevantes para o BCP».

«Esta (parceria), com a Sonangol, é uma das várias, mas tem um significado importante pelo parceiro e pelo país que é», apontou o presidente do Millennium BCP.

«Verdadeiro trabalho começa agora»

Santos Ferreira lembrou ainda que o acordo hoje assinado «levou tempo a negociar, é uma parceria que foi muito trabalhada», o que significa que «foi muito pensada e que vai produzir claramente bons resultados».

«A Sonangol é um dos dois maiores accionistas do BCP Millennium, a Sonangol passou hoje a ser accionista do Millennium Angola e o facto de o banco se expandir em Angola para todas as províncias é importante e é uma das nossas intenções», acrescentou Santos Ferreira.

Questionado pela «Lusa» sobre os próximos passos da parceria assinada esta quinta-feira, Carlos Santos Ferreira adiantou que «o verdadeiro trabalho começa agora», porque esta assinatura não foi «uma linha de chegada», mas sim «uma linha de partida».

Posição semelhante teve o presidente da Sonangol, Manuel Vicente, que lembrou que a parceria estava a ser negociada com o Millennium BCP há vários meses.

«Como é sabido, a Sonangol está a participar no capital do Millennium BCP e isso decorre das participações cruzadas que vêm sendo construídas», afirmou Manuel Vicente.

Sobre o negócio angolano, Manuel Vicente disse que, apesar de hoje se ter ter assistido ao final das negociações, «não se trata do fim da empreitada, é apenas o pontapé de saída de uma grande empreitada, que passa por transformar o Millennium Angola num banco de referência no país, coisa que muito precisamos tendo em conta os desafios da economia nacional».

As acções do BCP fecharam a desvalorizar 1,71% para 1,73 euros.