Sector têxtil pede ao Governo ajudas semelhantes ao automóvel - TVI

Sector têxtil pede ao Governo ajudas semelhantes ao automóvel

vestuário

Suspensão temporária dos trabalhadores é uma das soluções

Relacionados
O sector têxtil português quer que o governo apoie o sector com medidas semelhantes às anunciadas para o sector automóvel, nomeadamente maior acesso ao crédito, possibilidade de «suspensão» temporária dos trabalhadores para receber formação e promoção das exportações.

«Já solicitámos uma audiência ao ministro da Economia. Ainda não há uma data, mas temos confiança de que o ministro compreende a situação do sector sobretudo neste momento de crise e que lhe dará atenção", disse à «Lusa», o director-geral da Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP), Paulo Vaz.

O responsável lembrou que tem vindo a «reclamar medidas para o sector, aliás muito semelhantes» às que foram anunciadas quarta-feira pelo governo para o sector automóvel e que abrangem sobretudo três vertentes: apoio financeiro, formação e qualificação dos trabalhadores e promoção das exportações.

Reforço das linhas de crédito

«Propomos que as linhas de crédito já existentes sejam reforçadas e com condições mais facilitadas, sobretudo neste momento em que a banca está a colocar bastantes restrições e a dificultar a atribuição de crédito. Mas não consideramos necessário haver uma linha de crédito só para este sector», disse Paulo Vaz.

O responsável explicou ainda que o apoio para a facilitação do crédito bancário tem como objectivo não tanto o investimento das empresas, mas o reforço do seu fundo de maneio.

Na área de formação, Paulo Vaz frisou a necessidade da adaptação das empresas à realidade actual de crise, lembrando que quer o número de encomendas, quer o trabalho diminuiu e por isso não há tanta necessidade de pessoas a trabalhar.

Para o director da ATP, a solução passa por uma «suspensão temporária» dos trabalhadores para fazer formação, sendo «uma parte assumida pela Segurança Social, até o trabalhador regressar à empresa».

Apoio financeiro com vista às exportações

«A suspensão é a figura mais adequada porque o trabalhador fica liberto para fazer o que entender, mas continua ligado à empresa. Entretanto recebe formação, para que se adapte às mudanças de conjuntura e estar preparado para contribuir de forma positiva para a empresa quando regressar, o que é positivo para todo», disse.

O apoio financeiro às empresas deste sector, sobretudo muito orientadas para as exportações, é também muito importante, frisa.

«As condições de financiamento para aumentar a presença das empresas em feiras internacionais e em show rooms devem ser claramente melhoradas e reforçadas, porque isso custa milhares e milhares de euros e as empresas deste sector são sobretudo Pequenas e Médias Empresas (PME). Além disso, muita da recuperação destas empresas passa por aí», afirmou.

O sector têxtil e do vestuário português representa mais de 2 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), 12 por cento das exportações e 160 mil trabalhadores, segundo dados da ATP.

O Governo anunciou quarta-feira um plano de apoio ao sector automóvel orçado em 900 milhões de euros.
Continue a ler esta notícia

Relacionados