Automóvel: 5 empresas fecham as portas por dia - TVI

Automóvel: 5 empresas fecham as portas por dia

Chevrolet Aveo 3portas

Com o aperto do crédito, está a haver uma retracção das compras

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Cinco empresas a fechar portas por dia. O número, avançado pela Associação Nacional do Ramo Automóvel, que representa o comércio de retalho do sector (stands, oficinas, venda de componentes e acessórios) é um indicador negro da deterioração do mercado.

A Associação Automóvel de Portugal, por seu turno, antecipa uma quebra em torno de 2,2% nas vendas de veículos novos, este ano, devido à falta de confiança e ao aperto do crédito, avança o «Jornal de Notícias».

As vendas de automóveis até Outubro já são conhecidas e, nos dez primeiros meses do ano, houve uma quebra de 2,4% nos ligeiros e de 2,2% no mercado total. O secretário-geral da ACAP, Hélder Pedro, antecipa que este cenário não se altere nos dois meses que faltam para o final do ano e que 2008 acabe com quebras semelhantes às verificadas até ao mês passado. «A falta de confiança de particulares e empresas agravou-se a partir de Outubro. Com o aperto do crédito, está a haver uma retracção das compras», explica.

Não são apenas as marcas a sentir o mau momento do mercado. O presidente da ARAN, António Teixeira Lopes, faz um diagnóstico pouco saudável da actividade retalhista. Tendo por base as empresas associadas da ARAN que encerram actividade, a cada dia útil, e extrapolando esse valor para o total de stands e oficinas, o responsável prevê que cheguem a fechar cinco negócios por dia.

«A grande maioria das empresas, nas áreas de actividade que representamos, são micro ou pequenas sociedades, com menos de cinco funcionários. Com cada vez mais especificidades técnicas a serem exigidas, com o aperto financeiro, a situação agravou-se», refere Teixeira Lopes, apontando também para o volume excessivo de carros usados importados: «Afecta o negócio dos stands de usados, que funciona com veículos de retoma», esclarece.

Despedimentos

Assim, as estimativas do presidente da ARAN apontam para o encerramento de mais de mil empresas, este ano. Teixeira Lopes não consegue, contudo, desagregar os dados totais por dimensão ou tipo de negócio.

A nível de produção, também está a haver consequências do clima económico. Neste caso, os efeitos não advêm directamente da menor procura interna, já que a maioria da produção nacional vai para exportação. É a quebra de vendas de automóveis a nível internacional que se reflecte em menos encomendas às fábricas nacionais. Apesar de tudo, o principal exportador, a Autoeuropa, mantém o nível previsto de produção (o grupo Volkswagen é dos que mais bem tem aguentado a crise internacional).

De acordo com os dados mais recentes da ACAP, a produção total nas cinco fábricas de automóveis do país recuou 1,1%, até Agosto deste ano, com 117 mil viaturas fabricadas nos primeiros oito meses do ano. Piores dias vive a indústria de componentes, muito dependente das encomendas de Espanha, França e Alemanha.

A associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel (AFIA) já avisou que «os grandes cortes na produção de automóveis estão a obrigar os fornecedores a considerar mudanças drásticas», prevendo a redução de 12 mil postos de trabalho, a curto prazo.
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