Aumentos de capital dos bancos deverão atingir os 2,5 mil milhões

Os bancos portugueses vão ter de sofrer aumentos de capital para responderem à exigência do Banco de Portugal de 8% para o rácio de eficiência. De acordo com as contas da consultora A.T. Kearney estas operações deverão rondar os 2,5 mil milhões de euros.

De acordo com o mesmo estudo, a rentabilidade de capitais próprios (ROE) deverá registar uma quebra de cerca de metade em 2009, passando de 15% para 6 a 7% já no próximo ano.

«Alguns bancos já anunciaram, durante a apresentação de resultados do 3º trimestre, medidas a curto prazo para fazer face às novas exigências de capital», revela o «Managing Director» da consultora, João Rodrigues Pena.

O responsável reconhece, no entanto, que antes de levar a cabo um aumento de capital, as instituições financeiras vão primeiro tentar alienar activos não «core».

«Vários bancos possuem activos que se encontram a deteriorar o balanço e a conta de resultados, tendendo a assistir-se a uma vaga de alienações com potenciais efeitos estruturais em certos sectores de actividade», destaca.

O mesmo estudo sugere ainda a alienação total ou parcial de unidades de negócio não bancárias, como unidades de negócio de seguros, de saúde, entre outros.

Aliás, esta opção evita ter de pedir aos accionistas um esforço financeiro para aumentar os níveis de capital próprio.

Aumento do crédito mal parado

A consultora prevê ainda um aumento do crédito mal parado que deverá atingir os 8 mil milhões de euros, no final de 2009. Segundo as contas da mesma, este valor representa mais do dobro em relação ao final de 2007 e irá pesar cerca de 3% da carteira de crédito.