O antigo vice-governador do Banco de Portugal (BdP) até 2006, António Marta, reafirmou esta quarta-feira no Parlamento que Dias Loureiro, na altura membro do conselho de administração da Sociedade Lusa de Negócios (SLN), lhe perguntou qual a razão para o órgão de supervisão estar tão em cima da vida do BPN.
Em declarações na Comissão de Orçamento e Finanças, António Marta voltou a repetir a tese já avançada de que Dias Loureiro queria saber por que razão o BdP «andava sistematicamente a fazer perguntas», algo que o ex-membro do conselho de administração nega e diz que foi precisamente o contrário, ou seja, apelar para que a supervisão estivesse mais próxima do BPN.
«Disse-lhe que, como administrador da SLN, tinha todo o direito de pedir a informação de receber as cartas e toda a informação levantada pelo BdP», referiu António Marta sobre o seu encontro com Dias Loureiro.
Por outro lado, o antigo vice-governador do BdP sublinhou que Dias Loureiro o procurou como membro do Conselho de Administração da SLN e não lhe pareceu estar preocupado com qualquer possível irregularidade.
Segundo António Marta, Dias Loureiro perguntou porque estava o BdP «sistematicamente dentro do BPN, a fazer perguntas e com isto a entravar» os negócios do banco.
Até porque, avançou o mesmo responsável aos deputados, Oliveira e Costa «sentia-se perseguido» pela supervisão.
Mais: o antigo vice-governador do Banco de Portugal não sentiu da parte de Dias Loureiro qualquer preocupação por parte de Dias Loureiro de falta de intervenção no grupo. Se a mensagem tivesse sido essa, António Marta garante que teria ficado preocupado e avisado logo o governador
No entanto, reconhece que podiam haver membros do BPN e da SLN que não detinham o conhecimento completo das relações entre a instituição e o BdP.
António Marta e BPN: «Dias Loureiro não estava preocupado»
- Rui Pedro Vieira
- 28 jan 2009, 19:00
Encontro de ex-administrador com BdP foi para perguntar a razão do supervisor «fazer tantas perguntas»
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