O Banco de Portugal (BdP) já tinha inquirido, em 2004, o BCP sobre os empréstimos concedidos a algumas «off-shores» para compra de acções próprias da instituição, tendo então considerado satisfatórias as explicações dadas pela administração de Jardim Gonçalves, avança esta terça-feira o «Público».
Esta matéria voltou agora a estar sob o olhar do supervisor, depois de Joe Berardo se ter queixado de irregularidades envolvendo sociedades sediadas em paraísos fiscais durante os aumentos de capital de 2000 e de 2001 e que terão causado um prejuízo ao BCP superior a 200 milhões de euros.
A iniciativa de avaliação do BdP realizada em 2004 terá sido desencadeada pelo alerta dos auditores externos do BCP, a KPMG, que chamaram a atenção para o seu impacto nas contas do banco. António Marta, que era na altura o responsável por esta área no BdP, procurou saber se estas sociedades eram as reais proprietárias das acções, ou se apenas tinham dado o nome para sustentar a aquisição.
O BdP terá chegado a admitir que as empresas poderiam estar ligadas ao BCP e tentou saber se, no conjunto, as acções próprias depositadas em paraísos fiscais representavam mais de 10 por cento do capital social da instituição, o que não é permitido. O BdP terá, no entanto, ficado satisfeito com as explicações do BCP e arquivou o processo.
O «Público» confrontou o BdP sobre estas questões, mas o supervisor optou por não responder.
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BdP já tinha investigado BCP devido a empréstimos via paraísos fiscais
- Redação
- SPP
- 18 dez 2007, 09:57
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Na altura, Banco de Portugal ficou satisfeito com explicações e arquivou processo
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