Grandes fortunas portuguesas refugiam-se nos depósitos

As grandes fortunas portuguesas estão-se a refugiar nos depósitos. A garantia foi dada esta terça-feira pelo director do Barclays Wealth, Miguel Seabra.

Segundo as contas do responsável, cerca de um terço dos recursos da instituição financeira, ou seja, perto de 35% estão nos depósitos. Uma tendência que, de acordo com o mesmo, «é normal tendo em conta a crise que se vive no sistema financeiro».

«Os depósitos são vistos nesta altura pelos clientes como uma espécie de refúgio» salienta Miguel Seabra, alertando, no entanto, que «há clientes nos Estados Unidos que estão a fugir mais para os depósitos do que os portugueses».

Mercado de acções com poucos adeptos

De acordo com o director do Barclays Wealth, o mercado de acções é neste momento escolhido para pessoas que encaram este segmento como uma oportunidade e com um espírito avançado e, como tal, tem sido seleccionado «por um pequeno número de pessoas».

«Neste momento quem está a vender as acções ou são investidores que estão a desalavancar ou estão apavorados», acrescenta, dizendo ainda que «há um nível de aversão ao risco nunca visto».

Quando questionado se existem muitos investidores apavorados, Miguel Seabra diz apenas «que existem em todo o mundo e que actualmente há mais serenidade em Portugal do que em outros países».

Planear o que se irá fazer depois da crise

O responsável salienta ainda que «a crise vai acabar, não se sabe é quando e o melhor a fazer é atacar com todas as forças e planear o que se vai fazer a seguir à crise».

É de referir que o Barclays Wealth é responsável pela gestão de grandes fortunas e quer captar portugueses com fortuna a rondar os 1,5 milhões de euros. Um valor adaptado à realidade nacional e, segundo o mesmo, estarão 5 mil portugueses neste patamar.