Constâncio diz que tem de se usar toda a flexibilidade do PEC - TVI

Constâncio diz que tem de se usar toda a flexibilidade do PEC

constâncio

Baixar impostos só se tiver impacto nas despesas

O Governador do Banco de Portugal defende que a política orçamental nesta fase em que a crise financeira está a alastrar à economia real, tem um papel fundamental e, por isso mesmo, os pacotes de apoio e estímulo à economia, como têm estado a ser anunciados nos EUA e na Europa, são muito importantes

Para Vítor Constâncio, a Europa enfrenta um obstáculo, que são os limites impostos pelo Pacto de Estabilidade e Crescimento (PEC). Por isso mesmo, defende que, «nesta situação, temporariamente, tem de ser usada toda a flexibilidade que o PEC permite».

Constâncio, que falava no V Encontro Luso Galaico de Empresários, promovido pela Câmara de Comércio e Indústria Luso-Espanhola (CCILE), disse serem indispensáveis as medidas já apresentadas pelo Governo, e prevê que «outras medidas aparecerão no contexto do que se prevê para a economia».

Constâncio não foi tão peremptório quanto a uma descida de impostos, como fez o Reino Unido. Para o governador, «depende dos impostos a baixar e do impacto dessa descida».

A baixa de impostos só se justificaria se implicasse um aumento dos gastos. «Mas por vezes não é isso que acontece, em vez de gastarem esse dinheiro, as pessoas poupam ou usam-no para reduzir dívidas que têm», reflectiu.

«Tudo tem de ser muito bem pensado, para que as medidas impliquem um aumento da despesa em bens e serviços», adiantou.

Constâncio lembrou ainda que as medidas a serem tomadas «têm de ser temporárias e não irreversíveis» e têm que surtir efeitos no curto prazo. «Isto não inclui as grandes obras públicas», como o novo aeroporto de Alcochete ou a alta velocidade, «mas sim as obras que estiverem prontas a entrar em construção agora e que possam ter efeitos na economia já em 2009».
Continue a ler esta notícia