Portugueses trocam menos de carro e vão menos vezes à oficina - TVI

Portugueses trocam menos de carro e vão menos vezes à oficina

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Modelos de gama alta oferecidos pelas empresas aos quadros entre os mais penalizados

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Os portugueses estão a reduzir a frequência com que trocam de carro. Tudo por causa da crise. Mas o pior é que, apesar de se manterem por mais anos como proprietários de um mesmo automóvel, as idas à oficina não crescem proporcionalmente.

Quem o diz é o presidente da Associação Nacional das Empresas de Comércio e Reparação Automóvel (ANECRA), António Ferreira Nunes, que falava na 19ª Convenção da associação.

Uma realidade que é visível «sobretudo no segmento Premium», ou seja, nas gamas mais altas. «São carros que eram muito comprados pelas empresas para entregar aos seus quadros», explica o responsável.

Mas a ANECRA acredita que a tendência também se estende aos consumidores particulares, que vão trocar de carro com menos frequência.

Comerciantes e reparadores terão de cortar custos

Ficando por mais anos com o mesmo, os portugueses deveriam aumentar as visitas às oficinas. Algo que, afinal, não se verifica. Tudo por causa da crise, que leva os consumidores a apenas recorrerem às empresas de reparação apenas para questões essenciais, relacionadas com a segurança, por exemplo, e deixando por atender questões menos urgentes, como mossas ou riscos.

Segundo os dados do sector, nos últimos tempos a média de anos que um mesmo automóvel permanece na posse de um mesmo proprietário aumentou para 8,9 anos, algo que não se reflectiu na afluência às oficinas.

Para o presidente da ANECRA, as oficinas terão de ser muito «criativas» para facturar, oferecendo serviços mais rápidos e mais garantias, por exemplo. «O atendimento e a relação pessoal com os clientes vão passar a ser um factor importante, que podem dar alguma vantagem aos operadores», prevê António Ferreira Nunes.

Certo é que as oficinas, e os comerciantes de automóveis têm de apostar na contenção de custos e na racionalização de recursos para sobreviverem. Os despedimentos estão no horizonte, mas são «muito difíceis em Portugal. Toda a gente sabe que é mais fácil despedir 300 do que apenas um», concluiu.

Recorde-se que o sector automóvel emprega cerca de 136 mil pessoas e representa qualquer coisa como 4% do PIB.
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