Toyota de Ovar suspende produção de ligeiros comerciais - TVI

Toyota de Ovar suspende produção de ligeiros comerciais

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Sindicalista diz que por trás destas suspensões de produção pode estar algo mais

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A Toyota Caetano de Ovar suspendeu a produção dos seus ligeiros comerciais mas os trabalhadores afectados pelos quatro dias de aplicação dessa medida estão a ser destacados para o fabrico dos mini-autocarros da marca.

A informação é avançada por José Carlos Reis, do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Metalúrgicas e Metalomecânicas, que, em termos genéricos, atribui à Fábrica 1 da Toyota de Ovar a produção das carrinhas comerciais da marca e, à Fábrica 2, a produção dos seus mini-autocarros, avança a Lusa.

«Alguns dos funcionários da Fábrica 1 que estão sem trabalhar nestes quatro dias», afirma o sindicalista, «estão a ser chamados para ajudar na Fábrica 2, onde é preciso dar resposta às encomendas».

Fonte oficial da Toyota Caetano Portugal considera que em causa está «uma boa gestão dos recursos humanos da empresa», que assim «tenta dar o melhor uso possível aos recursos de que dispõe».

Isso não invalida a quebra de encomendas registada no primeiro trimestre de 2009, tanto ao nível dos comerciais ligeiros como dos mini-autocarros.

Pausas de produção até Junho

No que se refere à carrinha Dyna, a redução foi de 67 por cento; relativamente aos modelos Optimo e Cobus, as encomendas baixaram 43 por cento.

Segundo a mesma fonte, a suspensão da produção por parte da Toyota «é reflexo da conjuntura económica desfavorável».

Esse cenário está a ter «consequências reais na confiança dos consumidores»e levou a que «o mercado automóvel em geral registasse, no primeiro trimestre de 2009, um acentuado decréscimo de 42 por cento face ao período homólogo» de 2008.

No caso concreto da unidade de Ovar, a pausa na produção «deve-se à quebra nas encomendas do mercado externo» mas é agravada pela «retracção da procura no mercado doméstico».

Ainda de acordo com a Toyota Caetano Portugal, o retraimento do mercado português é particularmente lamentável porque em causa está «um produto de fabrico nacional, o que, em alguns sectores, está a ser um factor para contrariar essa retracção».

Em Ovar, a marca já anunciou que haverá pausas de produção até Junho, mas José Carlos Reis diz que «não está a contar com despedimentos porque isso não está previsto no Plano de Apoio ao Sector Automóvel (PASA)», a que a Toyota aderiu a 2 de Março deste ano.

O sindicalista receia, contudo, que «por trás destas suspensões de produção possa estar algo mais» e lamenta observar que «os trabalhadores não estão muito preocupados».

José Carlos Reis refere-se a aspectos concretos do PASA que, no âmbito do eixo «Estímulo ao emprego e à sua melhor qualificação», abrange 314 dos 367 colaboradores da Toyota de Ovar e determina que, no período das pausas produtivas, eles deverão receber acções de formação modulares.

Os operários que não estiverem a a receber formação na empresa «ficam em casa e esse tempo conta depois para o banco de horas», adianta José Carlos Reis.
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