Direcção do Consumidor recebeu 50 denúncias de fraude na Net

A Direcção Geral do Consumidor (DGC) recebeu cerca de 50 denúncias de fraudes e esquemas enganosos, em 2007, garantiu à Agência Financeira (AF), o director-geral do organismo, José Manuel Ribeiro.

O responsável reconhece, no entanto, que este número poderá aumentar com a publicação do «Livro Negro de Esquemas e Fraudes na Net»-que está a ser divulgado esta tarde no Seminário «Esquemas e Fraudes na Net: Protecção dos Consumidores»-e com a semana de prevenção que se realizou em Março.

«Poderá haver em 2008 um aumento de denúncias, pois desde o dia 24 de Março, altura em que realizámos a semana de prevenção, o número de queixas aumentou significativamente. Além disso, a discussão deste tema poderá contribuir para este aumento», refere à AF

Siga as três regras

O director da Direcção Geral do Consumidor alerta ainda que nem todas as denúncias chegam a este organismo. «Estamos a falar de crimes, há muitas queixas que vão directamente para a Polícia Judiciária ou para outras entidades», refere.

De acordo com José Manuel Ribeiro, a prioridade é tornar a Internet mais segura para que os consumidores se sintam mais confiantes. «A Internet é um bom instrumento mas é necessário que haja confiança», acrescenta à Agência Financeira.

Para evitar que os consumidores sejam enganados, o responsável aponta três regras a serem seguidas: desconfiar, questionar e saber denunciar.

Observatório Europeu

Em nome da defesa do consumidor, o presidente do TagusPark, Américo Thomati, propõe a criação de um Observatório Europeu da Fraude, e numa segunda fase, um Conselho de Segurança na Net.

«É importante que os especialistas vejam o que se passa em cada país e que criem mecanismos de defesa», refere o responsável à AF.

Uma proposta que foi bem acolhida pelo director da Direcção Geral do Consumidor, que considerou este observatório «um desafio interessante e importante para aumentar a confiança dos cidadãos».

Para Thomati é também importante sensibilizar determinados segmentos da população, nomeadamente jovens e idosos, uma vez que, no entender do mesmo, «têm acesso às tecnologias mas poderão mais dificilmente controlar e detectar as várias situações fraudulentas a que estão sujeitos».

O presidente do TagusPark lembra ainda que, em 2006, nos EUA na época de Natal o volume de fraude na Net rondou os 340 milhões de euros.