Frota dos CTT entregue a Grupo BPN apesar de mais cara - TVI

Frota dos CTT entregue a Grupo BPN apesar de mais cara

  • Sónia Peres Pinto
  • 11 dez 2008, 11:12
Praticamente todas as grandes agências concorreram aos CTT. Strat e Fischer saíram vencedoras

Solução anterior também era menos onerosa

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Os Correios entregaram a sua frota, com cerca de 3 mil viaturas, ao Grupo SLN (Sociedade Lusa de Negócios, até aqui dono do BPN), em 2005, apesar deste ter apresentado o valor mais elevado, altura em que a empresa era gerida por Carlos Horta e Costa, revelam os documentos a que Agência Financeira (AF) teve acesso.

O Grupo SLN pediu 15,4 milhões de euros para fazer esse aluguer operacional de veículos (AOV) num horizonte de 5 anos, considerando a retoma da frota e custos directos e indirectos. Um valor que, de acordo com o mesmo relatório, ficava acima do que era gasto pelos próprios CTT e que rondava os 12,3 milhões de euros.

A empresa recebeu ainda propostas da Europcar, Leaseplan, ALD, Arval, Finlog, Banif e Classis, mas estas últimas não foram tidas em conta por não ter sido considerada a retoma da frota CTT.

No entanto, segundo o mesmo relatório a que a AF teve acesso, «o nível das propostas recebidas é na generalidade muito fraco na medida em que não responde de forma precisa à maioria das condições incluídas no caderno de encargos dos CTT».

Leaseplan com melhor proposta

Aliás, de acordo com o mesmo, a Leaseplan «é a única proposta credível na medida que assume de forma explícita uma resposta ao caderno de encargos» e cujo valor se situava abaixo do Grupo SLN, já que pedia 15,1 milhões de euros.

«A proposta da Leaseplan apresenta custos inferiores aos da proposta da SLN e que a solução actual CTT tem custos inferiores aos do AOV», acrescenta.

Mesmo assim, o mesmo relatório indica que a empresa, na altura dirigida por Horta e Costa, ficaria prejudicada por avançar com esta gestão de frotas. «Tendo em conta a falta de credibilidade técnica da quase totalidade das propostas e os resultados das análises económicas efectuadas», o responsável pelo relatório considera que, «face às actuais opções do mercado, a solução AOV não constitui uma situação interessante para os CTT, sendo de salientar que o diferencial de custos irá aumentar no tempo à medida que o efeito venda da frota se vai diluindo», conclui.

Recorde-se que, o ministério de Mário Lino realizou uma auditoria à gestão de Horta e Costa, no final de 2005, altura em que o mesmo terminou o mandato e foi sucedido por Luís Nazaré. Na altura, Horta e Costa foi acusado de «indícios de má gestão» ou de «legalidade duvidosa» em vários actos.

A Agência Financeira entrou em contacto com os CTT mas a empresa não quis comentar este negócio.
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