Deco: bancos escondem os verdadeiros custos dos empréstimos - TVI

Deco: bancos escondem os verdadeiros custos dos empréstimos

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Associação quer acabar com as letras pequenas onde estão os valores dos encargos

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A publicidade do crédito ao consumo procura camuflar os verdadeiros custos do empréstimo, com as instituições financeiras a destacar a facilidade da contratação, numa altura em que os portugueses estão cada vez mais endividados. Estas são as principais conclusões do estudo da «Dinheiro e Direitos» da Associação de Defesa do Consumidor (Deco).

De acordo com a instituição, algumas instituições de crédito não se preocupam em cumprir a lei e não indicam a taxa anual de encargos efectiva global (TAEG) que permite comparar propostas de crédito.

«Na maioria dos casos, quando vem mencionada, é a informação com a letra mais pequena dos cartazes ou folhetos. Na rádio e TV, passa tão depressa que se torna imperceptível. À excepção dos bancos, poucas instituições fornecem voluntariamente informações detalhadas sobre o crédito antes da contratação», refere o relatório.

Transmite-se a ideia de que o crédito não é caro

Segundo o estudo, «a rápida evolução do mercado, com uma linguagem cada vez mais técnica, resultou numa situação de iliteracia financeira».

Tudo isto, de acordo com o mesmo, leva a que a publicidade transmita a ideia de que o «crédito não é caro, podendo contribuir para o sobreendividamento galopante dos portugueses».

Governo tem de criar regras

A Deco considera que o Governo crie regras objectivas. A solução, segundo a mesma, passa por criar critérios únicos para a publicidade, onde sejam perceptíveis

os elementos importantes do crédito.

«Na publicidade visual, a TAEG deveria ter, por exemplo, o tamanho da mensagem principal. Na audiovisual, é importante que, no mínimo, um quarto do tempo seja dedicado a esta taxa. Para evitar cenários pouco realistas, que diluam os custos, os bancos deveriam indicar a TAEG para 5 mil euros e 25 mil euros, a pagar em 24 e 60 meses, respectivamente».

Já para outras instituições de financiamento, a Deco «sugere mil euros e 5 mil euros, em 12 e 48 meses».

A análise foi feita à taxa anual de encargos efectiva global (TAEG) em propostas de crédito e publicidade de seis bancos e seis lojas. Ao mesmo tempo, debruçou-se sobre sete banners na Internet e anúncios na rádio e televisão.
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