Sarkozy e Barroso querem a mesma união da Europa face à crise

O presidente em exercício do Conselho da União Europeia, Nicolas Sarkozy, e o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, defenderam esta terça-feira em Estrasburgo a necessidade de a Europa, tal como o fez face à crise financeira, enfrentar unida a consequente crise económica.

Apontando que a crise económica já se faz sentir, Sarkozy e Barroso defenderam uma coordenação das políticas económicas dos Estados-membros, com o presidente francês a relançar mesmo a ideia de instituir um «governo económico» na Zona Euro, afirmando que a Europa não será a mesma depois da crise, nem tão pouco pode ser a forma de a governar, avança a «Lusa».

Os presidentes do Conselho e da Comissão, que falavam numa conferência de imprensa conjunta após um debate no Parlamento Europeu, manifestaram-se por diversas vezes orgulhosos pela forma como a Europa: primeiro a «Quinze», a nível da Zona Euro, e depois a «Vinte e Sete», liderou a resposta à crise financeira internacional, sustentando que essa união tem de ser mantida.

Para Sarkozy, os cidadãos europeus viram finalmente que a Europa unida é mais forte e «não compreenderiam que a UE, depois de se ter mostrado unida face à crise financeira, se mostrasse desunida face à crise económica».

Durão Barroso, por seu turno, lembrou que há muito que a Comissão Europeia apoia a ideia de uma coordenação das políticas económicas dos Estados-membros, afirmando que, face à dimensão da situação actual, não basta um «certo exercício colectivo» existente.

Ambos os líderes elogiaram ainda o papel do Banco Central Europeu (BCE) na actual crise, garantindo que a ideia de um «governo económico» não pretende pôr minimamente em causa a independência e papel do BCE.

«Não é possível que a Zona Euro continue sem um governo económico claramente identificado», sustentou Sarkozy, para quem não é suficiente, em alturas de crise, uma reunião dos ministros das Finanças.