Matérias-primas agrícolas caem mas preços não vão baixar - TVI

Matérias-primas agrícolas caem mas preços não vão baixar

Trigo já vale 12 euros o alqueire

«Quando a oferta responde por pressão da procura, os preços tendem a corrigir», diz especialista

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Os investidores responsáveis pela escalada que colocou os preços das matérias-primas-agrícolas e não só-em preços recorde no início de Julho, estão a vender posições nestes mercados, numa reorganização das suas carteiras.

Segundo avança o «Diário de Notícias», em pouco mais de um mês, os bens agrícolas desceram, em média, 26 por cento. Os índices que agregam várias matérias-primas (agrícolas, metais, petróleo) já corrigiram entre 17% e 22%. E o investimento financeiros nestes mercados baixou 50% entre o primeiro e segundo trimestres.

A perspectiva de uma recessão nos EUA contagiar o resto do mundo está a retirar pressão sobre a oferta, o dólar subiu e tornou mais caros estes investimentos e o petróleo baixou, diminuindo os custos de produção. Em paralelo, a crise das bolsas criou oportunidades nas acções, para onde já está a ir parte do dinheiro que estava nas matérias-primas. Estamos a assistir a uma inversão do ciclo de bens agrícolas caros ou é uma correcção pontual e normal quando se assiste a picos nos preços?

Segundo João Cantiga Esteves, da consultora Ephi-Ciência Financeira, citado pelo jornal, «não vamos voltar aos preços baixos do passado, mas também já não há razão para os recordes recentes».

Para este especialista, «na agricultura, ao contrário do petróleo, a oferta reage, porque a produção está em todo o lado, não está concentrada em regiões problemáticas. Quando a oferta responde por pressão da procura, os preços tendem a corrigir».

Mas estamos a viver um rebentamento de uma «bolha»? «O que se passou não foi uma bolha, portanto não rebentou. Estamos a observar um acerto, não uma inversão da tendência. Agora, passará a haver mercados mais eficientes e o preço será mais definido pela relação oferta/procura e menos por decisões políticas que adulteraram as estruturas de investimento na produção», acrescentou o mesmo perito.
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