Artur Santos Silva: Empresas mais inovadoras vão ser distinguidas - TVI

Artur Santos Silva: Empresas mais inovadoras vão ser distinguidas

A Cotec continua a apostar na inovação no tecido empresarial português. Artur Santos Silva, presidente desta entidade há quase um ano, explica em entrevista à «Agência Financeira» como funciona o programa e quais as áreas de aposta.

Qual é o vosso apoio a nível das empresas?

Temos um programa que está bastante avançado este ano, e que é dos mais importantes que temos, é o desenvolvimento sustentado da inovação. O processo de inovação das empresas é hoje fundamental para cada um se diferenciar dos seus competidores e é uma coisa que é preciso que seja feita de uma maneira sustentada. Não é inovar hoje e descontinuar amanhã. É de uma maneira sistemática, procurar inovar.

O projecto que temos supôs, numa primeira fase, desenhar um método para a gestão sustentada da inovação. A segunda fase, que está também já concluída, foi como classificar as despesas da inovação, que é hoje, aliás, uma métrica importante para avaliar o grau de cumprimento dos objectivos da Agenda de Lisboa de 2000 da inovação. É o que estamos a fazer de esforço de inovação em relação ao PIB. Os valores de Portugal são ainda muito baixos. Os objectivos são: 3% do PIB para os países europeus devem ser despesas de inovação e, desses 3%, 2/3 devem ser levados a cabo pelas empresas e só 1/3 pelo Estado.

Como estão os indicadores em Portugal?

Em Portugal temos um dos piores indicadores da União Europeia, é menos de 1%, valor próximo do de Espanha e a componente do sector privado é apenas 1/3. Temos muito que andar e um dos aspectos deste projecto é classificar melhor as despesas de inovação. O sentimento que temos é que o esforço de inovação que se está a fazer é muito superior só que a classificação que é dada para o sistema estatístico português e que depois é concentrada não está a revelar convenientemente esse esforço de inovação das nossas empresas.

A terceira fase que estamos a fazer, em estreita cooperação com o IAPMEI e com o Governo, é o processo de certificação da inovação.

E finalmente, haver um scoring de inovação. Saber quem são os melhores. Em todos os países é importante estimular aqueles que têm um processo de inovação mais bem sucedido e que sejam devidamente distinguidos dos outros.

Têm áreas específicas nas quais estão a apostar mais?

Sim, temos um projecto em colaboração com o ministério da Economia, que tem a ver com uma revisão e avaliação de um sistema de ensino para o turismo. Há muito a fazer para termos um turismo de maior qualidade, no atendimento, em que temos de saber estar muito mais virados para o turista, seja ele português ou estrangeiro. E depois há muitas zonas ligadas ao turismo em que precisamos ter melhores profissionais numa série de actividades e que é desejável que o nosso sistema de ensino também proporcione esses técnicos.

Um exemplo é a gastronomia. Não temos praticamente em Portugal uma escola especializada em gastronomia moderna, em nova cozinha, que procure oferecer produtos saborosos, em que a componente da saúde seja menos negativa do que algumas coisas que temos na nossa cozinha tradicional.

Este projecto que está a avançar é um acordo que se fez com o Ministério da Economia e onde vão estar as empresas portuguesas mais importantes na área do turismo, onde se procura que se formem no futuro jovens mais bem preparados para que Portugal tenha uma melhor resposta do turismo.

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