Análise: arte pode ser bom investimento em tempo de crise - TVI

Análise: arte pode ser bom investimento em tempo de crise

Exposição do escultor Rui Sanches

Investidores não podem esperar rentabilidade imediata

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O mercado da arte pode ser um bom investimento, numa altura em que os mercados financeiros estão a viver uma crise global, porque está menos sujeito a flutuações, dizem os profissionais do sector, citados pela Lusa.

O investimento em arte, «quando bem escolhido é o investimento mais seguro e rentável que existe», disse Rui Brito, responsável pela Galeria 111, acrescentando que «não se deve esperar uma rentabilidade imediata: ao fim de dez anos há normalmente uma grande valorização».

Pedro Alvim, responsável da Cabral Moncada Leilões, referiu que «todas as alturas são boas para investir em arte, desde que existam as condições necessárias a um bom investimento».

«Os leilões proporcionam condições concorrência, qualidade e divulgação, que facilitam o investimento. Estas são as condições necessárias, mas não as suficientes: também é preciso ter um conhecimento profundo de arte e do mercado da arte para fazer boas apostas», explicou.

Arte não prima pela liquidez

No entanto, Pedro Cera, responsável pela galeria com o mesmo nome, alertou que «a liquidez não é, em definitivo, uma característica do mercado da arte», pelo que «quem entra na arte com fins especulativos assume maiores riscos do que aqueles que assume nos mercados financeiros», sendo apenas possível atribuir às obras de arte «uma função de reserva de valor».

Em Portugal, apenas o Banif tem um fundo de investimento composto exclusivamente por obras de arte (Art Invest) e o responsável pelo fundo, Carlos Firme, disse à agência Lusa que «o mercado da arte não está descorrelacionado dos mercados financeiros», sugerindo que o mercado da arte não está imune às volatilidades dos mercados globais nem à queda de preços.

Carlos Firme afirmou ainda que o fundo consegue «amortecer as perdas em situações de depressão e impulsionar os ganhos em alturas de expansão económica», sendo que «os índices globais (do mercado da arte) apresentam retornos de oito a dez por cento, o que está historicamente acima dos ganhos dos mercados de obrigações».
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