António Vitorino questiona pertinência económica da OTA e TGV - TVI

António Vitorino questiona pertinência económica da OTA e TGV

António Vitorino

O socialista António Vitorino questiona as escolhas do Executivo em matéria de investimento.

O deputado socialista é apenas mais uma das vozes que duvida da pertinência dos projectos da Ota e TGV, que tanta polémica têm causado e que são apontados por muitos como a causa da demissão do ministro das Finanças.

Para o antigo Comissário Europeu e actual deputado do PS, as opções do Aeroporto da Ota e do TGV não vão criar a dinâmica necessária para os próximos três anos, precisamente o tempo que Bruxelas deu a Portugal para corrigir o elevado défice orçamental e o colocar abaixo dos 3% do produto Interno Bruto (PIB).

As declarações de António Vitorino, citadas pela «Rádio Renascença», foram proferidas sexta-feira à tarde, num almoço na Câmara de Comércio Luso-Alemã.

Recorde-se que, o primeiro-ministro tem garantido que estas duas mega-obras avançam já nesta legislatura, o que o ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, Mário Lino, tem reiterado. No entanto, o ministro cessante das Finanças, Luís Campos e Cunha, afirmou num artigo de opinião publicado Domingo no jornal «Público» que os investimentos deviam ser melhor seleccionados, já que a situação económica de Portugal é má e que nem todos os projectos têm impacto económico. O mesmo reiterou perante as Comissões Parlamentares de Orçamento e Finanças e das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, que estes dois projectos concretos tinham de ser analisados antes de avançarem.

Depois da demissão do ministro Luís Campos e Cunha, o seu sucessor, Fernando Teixeira dos Santos, emitiu uma opinião idêntica.

As agências de rating, no entanto, vieram já dizer que, caso este tenha sido o motivo da troca de ministros, é um mau sinal para Portugal, uma vez que, do seu ponto de vista, Portugal devia optar por uma das obras, uma vez que dificilmente tem capacidade para financiar ambas.

Caso o Governo insista em avançar com os dois projectos, alertam, o rating da dívida nacional pode ser revisto em baixa.
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