O prazo médio de pagamento das obras encomendadas por autarquias a empresas de construção situa-se nos seis meses, com apenas 5% dos municípios a respeitar prazos inferiores a 3,6 meses, afirmou hoje a associação do sector.
De acordo com o último inquérito da Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN), o prazo médio nos recebimentos das obras públicas efectuadas subiu relativamente ao ano anterior, altura em que se apurou um prazo de 5,8 meses.
Estes «constantes e persistentes« atrasos nos pagamentos por parte das autarquias causam dificuldades financeiras neste segmento, que viu também em Abril a sua carteira de encomendas reduzida para 5,7 meses, menos 1,9 meses do que em igual período de 2005 refere a síntese de conjuntura da AICCOPN.
«No mesmo sentido, as perspectivas dos empresários relativamente à produção prevista para os próximos três meses, apesar de alguma melhoria verificada nos últimos meses, encontram-se 10,8 pontos percentuais abaixo do verificado há um ano atrás, pelo que a pressão sobre os preços e o emprego irá manter-se», acrescenta a associação.
Quanto ao segmento da habitação, a AICCOPN esclarece que se assiste actualmente a uma pressão crescente sobre as empresas, que «se defrontam com o sistemático aumento dos custos de construção», que registaram uma taxa de variação média anual de 2,6% em Fevereiro.
Este factor, explica, faz com que as perspectivas empresariais de variação dos preços nos últimos três meses permaneçam em terreno negativo.
A AICCOPN lembra que este comportamento do mercado acontece ao mesmo tempo que os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) relativos aos valores da habitação têm vindo a manifestar uma desaceleração ao longo dos últimos dois anos, atingindo mesmo variações negativas no primeiro trimestre do ano.
«Esta queda, a manter-se nos próximos trimestres, justifica o receio de que as perspectivas quanto à evolução futura dos preços da habitação voltem a degradar-se, com isso acentuando a pressão, desta feita pelo lado das receitas», aponta.
A resposta da banca terá aqui um papel «essencial», não só pela redução dos spreads [margens cobradas pela instituição financeira], como pelo aumento dos prazos de amortização, conclui.
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Autarquias demoram seis meses a pagar serviços
- Redação
- Lusa/BP
- 4 mai 2006, 18:13
![Obras no Túnel de Ceuta](https://img.iol.pt/image/id/270165/1024.jpg)
O prazo médio de pagamento das obras municipais aumentou para 6 meses.
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