Bancos pedem spreads e comissões mais altos e mais garantias - TVI

Bancos pedem spreads e comissões mais altos e mais garantias

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Pedidos de crédito ao consumo teimam em não diminuir

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Que os critérios de concessão de crédito estão mais apertados, já não é novidade. Ms o o inquérito realizado em Julho aos cinco grupos bancários portugueses integrados na amostra do Banco de Portugal, revela de que forma as instituições estão a ser mais exigentes.

No segundo trimestre de 2008, por comparação com o trimestre anterior, as condições impostas pelos bancos para concederem crédito, quer a particulares, quer a empresas tornaram-se mais apertadas. «Este comportamento, que tem vindo a ser reportado desde o início da turbulência nos mercados financeiros no Verão de 2007, dever-se-á essencialmente ao aumento dos custos de financiamento e restrições de balanço dos bancos, bem como a uma deterioração dos riscos apercebidos pelas instituições inquiridas. Adicionalmente, uma instituição salientou a importância da escassez de liquidez no mercado», explica o Banco de Portugal.

Os bancos reportaram algumas alterações nas condições oferecidas nos empréstimos, entre as quais se destacam «o aumento dos spreads aplicados, em especial no que respeita aos empréstimos concedidos a particulares de maior risco, bem como o aumento da exigência relativa a outras condições contratuais, nomeadamente por via da redução das maturidades e dos montantes, assim como do aumento das comissões e da exigência de garantias e de condições contratuais não pecuniárias (covenants) mais restritivas».

Empresas continuam a pedir dinheiro

A procura de empréstimos por parte das empresas não terá sofrido alterações significativas durante o segundo trimestre de 2008, tendo apenas um dos grupos bancários inquiridos reportado uma ligeira diminuição da mesma.

A procura de empréstimos neste segmento terá sido negativamente afectada pela diminuição das necessidades de financiamento de investimento e de fusões/ aquisições e reestruturação empresarial, assim como pelo maior recurso a fontes de financiamento alternativas por parte das empresas.

O aumento das necessidades de financiamento de existências e de necessidades de fundo de maneio, assim como das necessidades de financiamento para reestruturação da dívida, por outro lado, terão contribuído no sentido oposto, embora neste último ponto tenha sido registada alguma dispersão nas respostas.

Particulares pedem menos crédito, sobretudo para habitação

Os bancos inquiridos reportaram ainda uma diminuição da procura de empréstimos por particulares, facto que deverá ter sido mais relevante no crédito à habitação do que no crédito ao consumo e outros empréstimos.

Este comportamento terá estado associado a uma diminuição das necessidades de financiamento dos particulares bem como ao recurso por parte destes a fontes de financiamento alternativas, tendo este factor sido especialmente relevante na procura de empréstimos para consumo e outros fins.

Uma instituição destacou ainda o impacto da subida das taxas de juro na procura de empréstimos para aquisição de habitação.

Exigências e condições vão piorar ainda mais

Os bancos inquiridos perspectivam continuar a aumentar a exigência dos critérios a aplicar aos empréstimos a conceder no terceiro trimestre de 2008, especialmente no que respeita aos empréstimos a empresas, e, em particular, aos empréstimos a longo prazo a este sector.

Foi ainda reportada uma expectativa de diminuição da procura de empréstimos para o mesmo período, que deverá ser especialmente relevante nos empréstimos à habitação.
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