BCP: Ex-vice presidente da CMVM repete argumentos de Tavares

O ex-vice-presidente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), Luís Lopes Laranjo, esteve esta quarta-feira a ser ouvido sobre o caso BCP, mas não adiantou nada.

O responsável que, na altura em que foram cometidas as alegadas ilegalidades na compra de acções próprias do banco, fazia parte do conselho directivo utilizou os mesmos argumentos do actual presidente da CMVM, Carlos Tavares, quando esteve no parlamento, e não adiantou mais pormenores sobre esta matéria.

Luís Laranjo, que foi ouvido pela comissão parlamentar de inquérito à supervisão bancária, referiu que nesta operação, o que tinha sido anormal tinha sido a liquidação da mesma e não a negociação. O responsável diz ainda que, quando questionada a administração do BCP, este justificou que as operações tinham sido realizadas por clientes do banco e não pelo próprio. Para Laranjo esta explicação foi suficiente e que, apenas em 2007, aquando houve a denúncia, é que a instituição considerou ser necessária uma investigação.

O objectivo dos deputados era apurar eventuais falhas por parte das entidades de supervisão em relação a infracções graves cometidas pelas instituições financeiras, nomeadamente o BCP. A merecer especial atenção está o facto de diversas sociedades «off-shore» criaram, com financiamentos do BCP, carteiras de acções que integravam na quase totalidade títulos do próprio banco.

Depois desta audição, os deputados aguardam agora pelo advogado Jorge Bleck uma vez que este, numa entrevista recente, disse que a CMVM teve conhecimento da utilização abusiva de pelo menos uma sociedade «off-shore» por parte do BCP, nos aumentos de capital realizados no inicio da década. No entanto, ainda não há data marcada. O presidente da comissão adiantou que Bleck espera uma autorização da Ordem dos Advogados para poder ir ao Parlamento.