BCP não vai conseguir comprar BPI - TVI

BCP não vai conseguir comprar BPI

BPI/BCP

O Banco Comercial Português dificilmente conseguirá levar avante a Oferta Pública de Aquisição lançada sobre o Banco Português de Investimento sem recorrer a um pacto social.

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Os maiores accionistas do banco liderado por Fernando Ulrich parecem determinados a permanecer no capital da instituição, motivo que dificulta a obtenção, por parte da instituição liderada por Paulo Teixeira Pinto, da maioria do capital social necessária para considerar a OPA como bem sucedida.

As primeiras vozes da contestação vieram de Espanha, da La Caixa, caixa espanhola liderada por Ricardo Fornesa. Contactada pela «Agência Financeira», a instituição financeira adiantou ser prematuro fazer qualquer tipo de comentário sobre a oferta, apesar de fontes do sector terem confirmado que esta pretende permanecer no capital do banco português, onde detêm uma posição de 16,1%. Seguiram-se os restantes, sendo que a maioria do conselho de administração do BPI respondeu considerando a OPA hostil e que estaria a preparar uma resposta.

Esta maioria é responsável por cerca de 49% do capital social da instituição, o que se tornaria um forte bloqueio ao avanço da operação, opinião compartilhada pelos analistas do sector contactados pela «Agência Financeira».

A opinião comum é que, para que o BCP consiga avançar com a OPA, terá de negociar com os restantes accionistas do BPI, pelo que terá de contornar a administração do banco para alcançar um acordo social com os mesmos. No entanto, para já, esse cenário parece posto de parte pelo menos ao preço avançado pela OPA, de 5,7 euros, valor que terá de ser elevado caso Paulo Teixeira Pinto queira «adoçar» os restantes accionistas.

No entanto, os especialistas afirmam que está tudo em aberto. A possibilidade de uma OPA lançada pelo BPI sobre o BCP aparece no topo das referências. No entanto, esta poderá ser de difícil concretização e mesmo realização dado que seria uma situação sem precedentes no mercado nacional. A fundamentá-la está o poderio financeiro das instituições por detrás do capital do BPI, que são o terceiro maior banco brasileiro, uma das maiores caixas espanholas e uma das maiores seguradoras do mundo.

Para já o mercado deixa todos os cenários em aberto. Tanto as acções do BPI como do BCP seguem a negociar em terreno negativo. O maior banco privado português recua 2,55% para os 2,68 euros e o BPI desliza 0,7% para os 5,7 euros, o valor da oferta do BCP.
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