Bolsa portuguesa vai continuar a valorizar em 2006

«Estamos positivos para o mercado português e espanhol, achamos que o próximo ano vai ser positivo para as bolsas europeias», afirmou Ana Matos, analista do BPI. As razões para estas previsões, para o banco de investimento, são a valorização dos mercados em geral e uma envolvente macroeconómica que consideram que vai estar relativamente bem suportada para a Europa. Além disso, Ana Matos considera que continuam a ver crescimento para o mercado português e espanhol, relativamente aos preços actuais e para os mercados, como um todo.

A analista diz ainda que «uma estratégia de stock-picking vai ser fundamental, ou seja, não vemos uma subida generalizada para todas as acções do PSI20 ou do IBEX. Há boas oportunidades no mercado português, portanto vai ser positivo para o mercado como um todo, apesar de não subirem todos os títulos». E chama também a atenção que não vai ser «uma questão de cautela, mas seleccionar as histórias mais fortes».

Já Nelson Moreira, analista da Golden Broker, prevê um ano positivo, mas com menores subidas que as de 2005. «Subiu menos que as bolsas europeias, o que se irá repetir nos próximos anos, dada a situação económica do país», adicionou. O analista explica isto através do comportamento dos pesos pesados no PSI20 para os quais, no caso da EDP e BCP se espera uma boa performance, mas já para a PT não são positivos, uma vez que «para as telecoms, em geral, não há novas fontes e a concorrência é grande».

Nelson Moreira acrescentou, ainda, que «o comportamento da bolsa portuguesa vai depender do comportamento das bolsas internacionais, nomeadamente, dos mercados norte-americanos».

A bolsa portuguesa terminou o ano de 2005 em alta, com o principal índice português a somar 0,03% para os 8.618,67 pontos, acumulando uma valorização de 13,4% face aos 7.600,16 pontos do fecho de 2004.

Contam-se já por três os anos sucessivos de ganhos para o PSI20 que, segundo um outro analista, que preferiu o anonimato, se explica pela melhoria do clima económico internacional. Além disso, as taxas de juro muito baixas, em termos históricos, também fizeram estender o terreno positivo.

O ano de 2005 fica marcado, ainda, por diversos acontecimentos que influenciaram o desempenho dos mercados nacional e internacional, acrescentou o mesmo. A acentuada subida do preço do petróleo, os atentados terroristas em Londres e, ainda, os furacões que assolaram os EUA, arrefeceram o positivismo que se fez sentir em grande parte do ano.

A Altri foi a empresa mais bem comportada em 2005, uma vez que liderou as valorizações do ano. As acções da Altri somaram 160% ao longo de 2005.

Entre as mais importantes praças europeias, a bolsa nacional foi a que mais ganhos somou, mas na Europa toda, foi o mercado sueco que alcançou o maior positivismo.

Para já, a alteração verificada na constituição do PSI20 é a saída da Corticeira Amorim, que é substituída pela Novabase.

No primeiro dia de negociações do ano, o PSI20 fechou a perder 0,19% para os 8.602,04 pontos.