A economia portuguesa é alvo de mais más notícias esta quarta-feira. O indicador de clima económico agravou-se significativamente em Julho e o de actividade económica, disponível para Junho, foi pelo mesmo caminho.
Dados do Instituto Nacional de Estatística agora divulgados trazem uma nova luz à evolução do Produto Interno Bruto (PIB), cuja estimativa rápida relativa ao segundo trimestre, divulgada recentemente, aponta para um crescimento homólogo de 0,9%, o mesmo que no primeiro trimestre, e um crescimento em cadeia de 0,4%.
Contributo da procura externa menos negativo mas consumo em queda
Diz o INE que a procura externa terá apresentado um contributo menos negativo, dado o abrandamento mais intenso das importações relativamente ao das exportações.
Relativamente ao comércio internacional, registou-se, em termos nominais, um abrandamento de ambos os fluxos, de 12,3% para 9% no caso das importações e de 4,8% para 3,4% no das exportações.
O abrandamento das importações em volume terá sido ainda mais expressivo do que o registado em termos nominais em consequência da aceleração dos preços do petróleo no 2º trimestre.
Ao nível da procura interna, o consumo privado terá desacelerado no 2º trimestre, em resultado da deterioração observada quer no consumo corrente, quer no duradouro, mas principalmente no segundo.
Investimento estável
De acordo com a informação disponível, o investimento ter-se-á apresentado relativamente estável no 2º trimestre, observando-se uma recuperação na componente de construção e um agravamento nas componentes de máquinas e equipamentos e de material de transporte.
Do lado da oferta, a informação dos Indicadores de Curto Prazo (ICP) apresentou evoluções contrárias entre os vários sectores, entre o 1º e o 2º trimestre.
A taxa de desemprego foi de 7,3% no 2º trimestre, menos 0,6 p.p. do que no trimestre homólogo. O emprego registou um crescimento homólogo de 1,4%, mais 0,3 p.p. do que no 1º trimestre.
Em Julho, a inflação homóloga foi de 3,1%, menos 0,3 p.p que no mês anterior. O diferencial entre o Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) da AE e de Portugal aumentou 0,3 p.p. em Julho para 0,9 p.p..
Zona Euro também está «em maus lençóis
No que se refere à Zona Euro, e segundo a estimativa rápida divulgada pelo Eurostat, o PIB terá registado um crescimento homólogo de 1,5% no 2º trimestre de 2008, menos 0,6 pontos percentuais (p.p.) do que no trimestre anterior. Esta evolução resultou do abrandamento generalizado das principais economias da área do euro, destacando-se as desacelerações ocorridas na Espanha, na Alemanha e na França (-0,9 p.p.).
Os indicadores de sentimento económico e de confiança dos consumidores reforçaram em Julho o movimento descendente observado desde Agosto de 2007.
Clima e actividade económica com forte queda
- Redação
- PGM
- 20 ago 2008, 11:01
Economias dos nossos principais clientes abrandam 0,7 pontos
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