CMVM admite que outros bancos sigam BPI e fechem fundos

Ontem o BPI anunciou o fecho de um fundo de 90 milhões para evitar a crise, garantindo a devolução do dinheiro aos clientes num prazo de cinco dias.

«O BPI optou por fechar o fundo, assegurando o reembolso total aos clientes, ou seja, dando garantias aos investidores», disse o presidente da CMVM, Carlos Tavares, em conferência de imprensa, acrescentando que «as pessoas investiram naquele fundo com a expectativa de terem uma determinada remuneração que, com esta crise, pode não se cumprir». Para o responsável, esta terá sido uma das razões porque o banco decidiu fechar o fundo.

Neste momento, diz Carlos Tavares, «não se pode excluir a hipótese de outros bancos fazerem o mesmo».

Na sequência desta crise do subprime, «a CMVM, enquanto regulador, tem vindo a pedir informações permanentes às sociedades gestoras sobre os activos que compõem os fundos. Mas até agora, o que temos verificado é que não tem havido um resgate anormal dos fundos por parte dos investidores. Se isso acontecesse, aconteceria uma crise», admite.

Carlos Tavares não quer é subestimar os potenciais efeitos desta crise. «A CMVM não pode subestimar esta crise, dizer que isto será uma fase passageira ou que vá durar dois ou três meses porque ninguém sabe ao certo quanto vai demorar», assumiu.

«Enquanto órgão regulador, não devemos subestimar os riscos dos fundos e daí pretendermos, cada vez mais, uma transparência destes fundos, com o objectivo de limitar os danos», explicou.